quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

Brasília | Contas no vermelho pressionam o novo ministro da Fazenda

Governo tem o pior resultado das contas públicas desde 1997. Reequilíbrio da economia exige reorientação “imediata da política fiscal”, diz Levy

A matemática é implacável para todos, da dona de casa que vai ao supermercado, ao Governo brasileiro. Se gastar mais dinheiro do que tem em caixa, as contas ficarão no vermelho. Nesta segunda, o Tesouro Nacional, que administra os recursos do Estado, mostrou que não há milagres para uma arrecadação que aumentou 3,9% entre janeiro e novembro deste ano, mas com despesas que cresceram 12,7% nesse intervalo. 

A soma conjunta de gastos do Tesouro, do Banco Central e da Previdência Social resultou num prejuízo de 18,3 bilhões de reais, o pior resultado desde 1997. 
Para se ter uma ideia, no mesmo período do ano passado o Governo acumulou um superávit de 62,5 bilhões de reais.

Em uma extensa entrevista publicada nesta segunda no jornal Valor Econômico, o novo ministro da Fazenda, Joaquim Levy, já deixou claro que o reequilíbrio da economia, puxado pela “reorientação imediata da política fiscal, deixa de ser uma simples opção para ser uma necessidade”. E que a queda na arrecadação definirá as medidas que vão nortear seu trabalho como ministro da Fazenda para que a dívida pública não avance.

Umas das mudanças esperadas será a reorientação do papel do Tesouro, que bancou uma série de subsídios para atenuar impactos de uma economia em marcha a ré. Somente para o banco de fomento público, o BNDES, foram repassados mais de 400 bilhões de reais desde 2009 – o primeiro grande repasse, de 100 bilhões de reais, ocorreu há cinco anos, no auge da crise financeira que eclodiu no sistema financeiro global. Em tese, o BNDES deveria gerar seus próprios recursos com os juros das operações de créditos e suas participações em empresas, sem necessidade de pedir ajuda.

O Tesouro fez ainda empréstimos para as empresas de energia elétrica para custear as usinas térmicas que compensassem a queda na geração de energia hidrelétrica.
Desde 2009, a torneira foi aberta para tentar fechar as contas do Governo, mas a corda foi esticada de forma preocupante, a ponto de minar a credibilidade da presidenta Dilma Rousseff. Joaquim Levy tem a noção clara sobre essa distorção. Na entrevista ao Valor, ele disse que as alterações nas práticas insustentáveis na economia incluem evitar que o Tesouro “assuma responsabilidades totalmente desproporcionais à sua capacidade”.

Desde 2009, a torneira foi aberta para tentar fechar as contas do Governo, mas a corda foi esticada de forma preocupante, a ponto de minar a credibilidade da presidenta Dilma

novo ministro observou que a redução de estímulos já está em curso nas grandes economias, como Estados Unidos e China, o que pressiona ainda mais o Brasil por alterações rápidas na condução da sua política. “O importante é entender que tentar combater a queda na criação de empregos e no crescimento do PIB, que vem acontecendo há algum tempo, com mais expansão fiscal, não tem aderência com a realidade e seria perigoso”, avisou.

Fonte da matéria
Com as contas no vermelho, o Governo não teria como respeitar a Lei de Responsabilidade Fiscal, que proíbe gastos superiores à receita arrecadada. Por isso, travou uma guerra no Congresso no final de novembro, para aprovar a alteração de alguns compromissos. No início deste ano, a expectativa era de que Governo chegasse ao final com um superávit nas contas de 49 bilhões de reais. O número foi alterado para 10 bilhões de reais, e ainda, abatendo alguns gastos dessa conta, como os de desoneração.

Para 2015, Levy prevê uma economia nas contas públicas de pelo menos 66 bilhões de reais.

São João da Barra perde a paciência com CEDAE

Prefeito decreta intervenção no órgão estadual e exige a transmissão do controle gestor e financeiro do estado para o município em três dias

E o mesmo deveria ocorrer em Bom Jesus do Itabapoana onde a mesma CEDAE tem prestado um serviço de péssima qualidade, a precariedade do sistema de abastecimento de água em Bom Jesus do Itabapoana têm causado sérios transtornos aos contribuintes que sofrem com a constante falta de fornecimento de água em todos os bairros da sede do município.

Porém temos um grave problema administrativo ao verificarmos que o poder executivo municipal não tem condições técnicas e morais para assumir todo o abastecimento do município, as condições em que se encontram as estações de tratamento de água do SAAE causam a impressão da situação estar pior do que se encontra a CEDAE de nossa cidade.


A reportagem que noticia a intervenção do prefeito de São João da Barra na CEDAE de sua cidade apenas serve para constatarmos que um prefeito comprometido com os interesses da sociedade tem poderes de fazer muita coisa para resolver problemas seja lá qual for a complexidade, porém o mesmo não podemos esperar da prefeita de Bom Jesus do Itabapoana, para ela quanto pior, melhor.

A vaidade política que sobrepõe o dever público

DEER realiza obra em perímetro urbano e vereador oposicionista em vez de fiscalizar o ilícito, ele elogia a prefeita por serviço prestado pelo estado

O vereador Moacir em vez de agradecer a prefeita deveria questiona-la porque a prefeitura paga uma fortuna por mês aos calceteiros da Top Mak e o DEER é que tem que jogar asfalto onde o calçamento é de bloquete. Observe que o Departamento Estadual de ESTRADAS e RODAGENS está atuando fora de sua jurisdição e descumprindo todas as normas trabalhistas possíveis e imagináveis.

Porém a vaidade política faz com que o presidente da associação de moradores trave uma disputa com o nobre vereador pela autoria desta irregularidade que salta aos olhos de qualquer um.

A Top Mak recebe todos os meses aproximadamente R$ 400.000,00 para MANUTENÇÃO DE VIAS PÚBLICAS, ÁREAS VERDES, LIMPEZA URBANA E COLETA DE LIXO, e quem está mantendo a via pública em questão é o DEER e não a Top Mak.
A atitude do presidente da associação de moradores em “agradecer” a prefeita e a chefe do DEER pela “operação tapa-buracos” é até de se esperar, afinal ele se vendeu para a prefeita para justamente ter um bajulador público do bairro mais populoso do município.

O que não é aceitável é um vereador de oposição elogiar este festival de irregularidades cometido pelo governo ne seu bairro de origem, é se satisfazer com migalhas vir à público agradecer a prefeita por ela não ter feito absolutamente nada, quem fez foi o DEER e de maneira irregular.

Enquanto vereador pensar ter a obrigação de elogiar a prefeita ou qualquer outro prefeito que vier assumir o governo, Bom Jesus do Itabapoana permanecerá sob o manto do descaso público, se a pessoa se prontifica a ser candidata a prefeita, recebe quase quinze mil reais por mês e com direito a indicar mais de cem assessores a título de confiança é para que ele faça tudo que tem que ser feito e com a menor margem de erro possível

Prefeito ou vereador não tem que receber elogio, no máximo o reconhecimento do trabalho bem feito, do resto, temos é que cobrar insistentemente deles que se faça tudo aquilo que não é feito em nossa cidade, qualquer serviço feito pela prefeitura não passa de obrigação do prefeito e não favor prestado.

segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

Panorama Legislativo BJI | Denúncia de nepotismo cruzado polemiza última sessão do ano

Vereador Eliomar Oliveira teve parente contratada para trabalhar no PSF do bairro Asa Branca, Moacir Almeida denunciou e Celso Rezende rechaçou o fato alertando as consequências legais

Os vereadores da oposição estão colocando na prática aquilo que anunciaram a sessão ordinária que elegeu a mesa diretora para o biênio gestor de 2015/2016 da câmara dos vereadores, eles não deixarão barato qualquer indício de relações comprometedoras entre executivo e legislativo nas negociatas de gabinete tão frequentes.

E no caso desta sessão extraordinária de segunda-feira, o vereador Moacir Almeida denunciou que o colega de plenária teria sido contemplado com a indicação de uma parente sua na prefeitura, mais precisamente no PSF do bairro Asa Branca, o vereador não se intimidou e cobrou do colega sobre as consequências desta situação.

Ao denunciar a contratação da cunhada de Eliomar Oliveira, Moacir Almeida ainda salientou que a contratação ocorreu no período em que a prefeita negociava intensamente pelos votos para a eleição da mesa diretora da câmara, ele em tom de ironia e indignação ele pediu aos colegas que “VENDERAM SEUS VOTOS PARA A PRFEITA” na eleição da câmara que indiquem seus parentes para suprir as vagas dos demais PSF’S do município.

O vereador Celso Rezende do uso da tribuna foi além, ao alertar Eliomar Oliveira acerca das consequências jurídicas do fato citando que o nepotismo cruzado é questão pacificada no STF passível das punições previstas na súmula vinculante que versa s obre o tema.

A gravidade da situação ficou configurada no silêncio constrangedor de Eliomar Oliveira no momento em que foi abordado pelos dois vereadores oposicionistas, situação que o colocou na berlinda e com isso todos os seus votos na plenária legislativa em 2015 serão observados sob o espectro da contratação de sua cunhada. 


Se ele votar a favor é porque deve favor, e vota contra é para tentar justificar a independência para a opinião pública, de qualquer maneira seu voto passou a ter um critério público consignado em ata para o eleitor sempre desconfiar dos atos do nobre locutor do parlamento.

L.O.A. 2015 | Tramitação do projeto não passa de mera formalidade administrativa

Executivo já prevê gastos além do previsto mesmo sem antes a câmara aprovar a suplementação

Desde 2011 que venho acompanhando as tramitações dos projetos orçamentários executados pelo governo, e segundo sempre afirma o presidente do sindicato dos servidores públicos municipais e os vereadores da oposição, a elaboração orçamentária do governo não passa de pela fictícia para cumprir formalidades administrativas.

E neste ano de 2014 o governo passou dos limites do desprezo institucional ao sabotar de todas as maneiras os cumprimentos dos prazos estabelecidos pela Eli de Responsabilidade Fiscal para se debater o orçamento público, foram diversas situações absurdas que se repetem e se agravam a cada ano que passa.

Como bem disse o vereador Ricardo Aguiar na sessão desta segunda-feira (29/12), se é para estabelecer 10% de margem de remanejamento e chegar no meio do ano e ceder às pressões do executivo para extrapolar este limite, é melhor deixar com os 50% propostos pelo executivo.

domingo, 28 de dezembro de 2014

A retrospectiva da mentira nas ondas do rádio

Último programa do poder executivo do ano na Rádio Bom Jesus foi marcado pela tentativa de se mostrar aquilo que jamais existiu, o governo Branca Motta conseguiu a proeza de ser muito pior que o governo do marido entre 2001/2004

E para tal constatação não ter a menor dúvidas, basta comparar as equipes de governo de ambas as gestões, no governo Miguel Motta tínhamos reservas morais da gestão pública como Sebastião Rodrigues na chefia de governo, Paulo Sergio Ciryllo na secretaria de obras dentre outros nomes de respeito, diferente do atual governo que tem como destaque o trio da pesada formado por Bill Carlos, Ralph Pimenta e Sebastião Coróia.

Exceto o secretário de fazenda, Samuel Xavier, o restante da equipe de governo da prefeita é de uma nulidade estarrecedora, um amontoado de parasitas desqualificadas que somente estão lá para viabilizar o processo de corrupção vivido atualmente em Bom Jesus do Itabapoana, muitos dessas parasitas públicas tiveram um escandaloso salto de poder econômico que somente vem a confirmar o quanto se rouba neste governo, bastando verificar que a política salarial do mesmo é uma lástima de tão ridícula.

E no programa de rádio que é bancado por todos os contribuintes do município, inclusive a maioria absoluta que tem nojo deste governo, tem que ouvir o festival de mentiras e hipocrisia do governo em uma tentativa patética de conquistar a opinião pública, porém a realidade da qualidade de vida de Bom Jesus do Itabapoana joga por terra toda falácia vomitada pelo locutor da corrupção no último programa do ano.

Ele por exemplo não consegue explicar como ele cumpre uma dupla carga horária em seus cargos de diretor da Rádio Bom Jesus e a assessoria especial comissionada no gabinete da prefeita, a Rafaela Cúrcio, que se julga assessora de comunicação, poderia explicar para toda a sociedade como foi que a prefeita sendo uma analfabeta digital conseguiu criar um perfil falso no Facebook (Yuri Galo) e sair atacando a todos os adversários e personagens políticos em 2012, será que era mesmo a prefeita que administrava o perfil criminoso?

Ademais, para avaliar o quanto anda este governo que está afundando com Bom Jesus do Itabapoana basta tomarmos como parâmetro as ações do Ministério Público contra este governo, são SEIS ações por improbidade administrativa denunciadas somente entre 2013 e 2014, a prefeita já conta com aproximadamente cinco bloqueios de bens determinados pela justiça, e se a justiça determina que se bloqueie os bens de políticos corruptos, é sinal que os indícios de dinheiro público roubado são fortíssimos.

Será que a prefeita está se afundando por ações de improbidade para garantir um bom governo para os bom-jesuenses? 
Que cada um dos cidadãos de bem desta cidade reflita sobre o caos que vivemos e que tomamos a atitude de cobrar dos vereadores que se restabeleça a ordem institucional.

sexta-feira, 26 de dezembro de 2014

Afinal, onde e quando nasceu Jesus?

Por JUAN ARIAS - O Natal é uma bela e terna lenda, já que Jesus não nasceu nem em 24 de dezembro, nem em Belém, nem em uma manjedoura

Todo ano, quando o Natal se aproxima, há sempre quem me pergunta, recordando meus estudos bíblicos: “Onde nasceu Jesus de verdade?” É verdade que não nasceu em Belém, mas na minúscula aldeia de Nazaré, na região da Galileia? É verdade que não nasceu em 24 de dezembro? Sabe-se o que fez até aparecer em público aos 30 anos? Era casado? Teve filhos? Por que foi morto? Por ser um revolucionário político ou por desafiar o poder do Templo judaico?

O Natal como é vivido por cristãos, católicos, protestantes ou evangélicos é hoje muito mais uma lenda, segundo os especialistas em estudos bíblicos. Uma lenda bela e terna, criada para que se cumprissem as profecias segundo as quais o Messias deveria ser da linhagem de Davi, que tinha nascido em Belém.
Na realidade, Jesus e toda a sua família eram de Nazaré. Todos judeus. A lenda do nascimento de Jesus conta que nasceu no inverno, em uma manjedoura, entre animais que lhe ofereciam calor, adorado por três reis do Oriente que levaram de presente ouro, incenso e mirra.

Com a lenda de seu nascimento em Belém nasceu também a lenda da fuga para o Egito porque o rei Herodes queria matar o menino. Como não conseguiu encontrá-lo, teria mandado matar todos os meninos com menos de dois anos. Uma história repleta de simbolismos, ao gosto de pequenos e grandes.

A lenda do nascimento de Jesus é silenciada por dois dos quatro evangelhos canônicos: o de Marcos, considerado o mais antigo, e o de João. Eles iniciam o relato da vida de Jesus quando já era adulto. Dão por certo que Jesus e toda a sua família eram oriundos da aldeia de Nazaré, tão pequena que não aparece nos mapas daquele tempo. Tão rural que nela se falava um dialeto do aramaico, a língua oficial. O hebreu tinha se transformado em língua de culto. Tão insignificante que naquele tempo os fariseus, diante da fama que o profeta ia ganhando, se perguntavam “se poderia nascer algo bom em Nazaré”.

O judeu Jesus que daria origem ao futuro cristianismo nasceu sem cantos de anjos, sem magos vindos do Oriente para adorá-lo, sem manjedoura e sem ser perseguido por Herodes. Não nasceu em 24 de dezembro pelo simples fato de que em nenhum dos textos evangélicos se fala dessa data. Foi escolhida pela Igreja mais tarde, porque os cristãos queriam comemorar a data de seu nascimento.
Decidiu-se que fosse 24 de dezembro pois esse era o dia da grande festa de Roma, a festa ao deus Sol. A Igreja batizou como cristã a grande festividade pagã dos romanos.

Outro dos argumentos dos estudiosos da Bíblia para defender que Jesus nasceu em Nazaré refere-se ao fato de que os judeus eram designados ou pelo nome do pai ou pelo lugar de nascimento. Jesus teria de se chamar Jesus de José ou Jesus de Belém, algo que não aparece em nenhum texto evangelista. Neles, em todos, chama-se sempre Jesus de Nazaré.
Uma coisa é certa: ninguém sabe o que Jesus fez até os 30 anos, que é quando aparece em público. Recentemente quis-se defender que Jesus era analfabeto. Nada mais falso. No caso, o mistério está em saber como sabia tanto depois de ter vivido até então no pequeno povoado da Galileia trabalhando como carpinteiro ou ajudante de pedreiro.

Na verdade, aos 30 anos Jesus se mostra capaz de discutir com os doutores da lei, conhecia os textos sagrados do judaísmo, várias culturas como a grega ou a dos gnósticos, e outras religiões como o budismo.
Jesus era culto e até intelectuais como Nicodemo iam se encontrar com ele à noite, às escondidas, para discutir temas filosóficos como a metamorfose indispensável para dar um salto quântico do frio culto à lei rumo à liberdade de espírito do novo Reino anunciado por ele.

Nascem assim as hipóteses de que, em vez de ter ficado em Nazaré, teria viajado ao Egito e até à Índia durante sua juventude. Conhecia bem a cultura grega. Quando os apóstolos lhe apresentaram um grupo de gregos que queriam conhecê-lo, usou com eles uma fina ironia. Sabendo que, para eles, a beleza corporal era fundamental e um critério de poder, Jesus lhes conta a parábola da semente, a qual se não apodrece na terra e não é coberta de esterco, não brotará nem dará frutos. O oposto dos critérios puros da estética da beleza grega.
Que Jesus era casado? Poucos teólogos e especialistas em questões bíblicas, tanto católicos como protestantes, colocam isso em dúvida hoje. Era prática inconcebível para um judeu de seu tempo não ter família e descendência, já que o judaísmo é transmitido de mãe para filho.

Tão forte era esse motivo que, na Bíblia, Deus pedia aos patriarcas cujas esposas eram estéreis que dormissem com uma das escravas para dar-lhes descendência. Foi o caso, por exemplo, de Abraão, casado com Sara, que não podia procriar.
Com quem era casado? Sem dúvida com Madalena, que não era, como a Igreja sustentou durante séculos, prostituta ou endemoniada. Muito provavelmente, era uma conhecedora da doutrina gnóstica, como aparece em alguns evangelhos daquela seita. A ela confiava seus maiores segredos, algo que despertava os ciúmes de Pedro: “Por que a ela e não a nós?”, pergunta-se em um dos evangelhos gnósticos.

Se não fosse sua mulher, não teria aparecido para ela no dia da ressurreição, antes ainda que para sua mãe. Pedro ficou perplexo, perguntando-se por que não tinha aparecido para eles, seus discípulos, que já além de tudo as mulheres não contavam, nem eram dignas de confiança naquele tempo. Nem como testemunha diante de um juiz.
Foi sempre esse fato a grande dor de cabeça de Tomás de Aquino, doutor da Igreja, que faleceu sem entender por que Jesus não apareceu em primeiro lugar paraPedro, que era o chefe do grupo de apóstolos, e sim para uma mulher.

Então, se não nasceu em Belém nem em 24 de dezembro, vale a pena comemorar o Natal? Sim, porque essa lenda carrega dentro de si o desejo do ser humano de parar uma vez por ano para comemorar a vida, para apostar na paz, um parêntesis para o perdão e a aceitação dos outros, sobretudo dos diferentes.

Não foi por ser diferente, por não se dobrar ao poder tirano e injusto, por pregar o perdão, bendizer prostitutas e endemoniados e tocar leprosos que Pilates mandou pregá-lo ainda jovem em uma cruz? Onde e quando nasceu tem menos importância.
Meu amigo Jorge Perelló me escreve para felicitar-me pelo Natal, e diz que “existe apenas para os rechaçados” e acrescenta: “o resto é lenda, história e até superstição”.
É verdade, mas, sendo assim, no Natal cabemos todos, já que de uma maneira ou de outra todos somos de alguma forma rechaçados por alguém, pobres de algo, solitários, exilados, às vezes de nós mesmos e ao mesmo tempo buscadores dessa paz que o mundo rechaça, porque é mais fácil matar ou mandar matar do que amar e perdoar.

quinta-feira, 25 de dezembro de 2014

Brasília | Cristóvam Buarque em análise da conjuntura da educação do segundo governo Dilma

Tenho visto muitos comentários contra o nome do Cid Gomes para ministro da educação.

Apesar de suas frases no passado dizendo que professor é profissão para quem não quer ganhar dinheiro, ele ainda não tomou posse. Quem sabe ele não reconhece que errou e ao saber das dificuldades financeiras dos estados e municípios ele não começa a defender a Federalização do salário do professor?

O GRAVE na nomeação dele está no fato de que o governo Dilma decidiu colocar o MEC entre as pastas irrelevantes, sem importância estratégica, área de manobra política entre os partidos. Está é a tragédia, não o nome do ministro.

O governo do PT decidiu que o MEC não precisa ficar com o PT. Ou reconheceu que educação não é estratégica, ou não tem propostas para a educação, ou não tem quadros entre todos os seus militantes para a área da educação, ou que a educação não é importante.

Esta é a tragédia, o nome do ministro pode ser apenas um erro.

quarta-feira, 24 de dezembro de 2014

O momento oportuno para se refletir e repensar | Boas Festas!

Esta publicação é dedicada exclusivamente aos vereadores cristãos fervorosos da base governista na câmara dos vereadores

Dos sete vereadores que compõe a base governista na plenária legislativa, seis são cristãos praticantes fervorosos em seus seguimentos religiosos, Clério Tadeu, Sérgio Crizóstomo, Waldeir Chirsostomo, Carlos Ney e Hamilton Borges são católicos com a maioria absoluta desses cinco frequentadores assíduos do Abrigo dos Idosos, Eliomar Oliveira é membro da Assembleia de Deus.

Mesmo com toda fé cristã de vossas excelências, os senhores chegaram na metade de seus mandatos com um débito enorme com Nosso Senhor Bom Jesus, ele anda estarrecido com a postura subserviente dos nobres edis com a maior força opressora dos pobres surgida em Bom Jesus do Itabapoana. 

O massacre promovido pela tirania do executivo contra os servidores públicos municipais deixaria Moisés muito mais indignado do que ele ficou com que o Faraó fazia com os hebreus.

Em lugar nenhum da Bíblia está escrito que ficar ao lado dos opressores pouparia os oprimidos, pelo contrário senhores cristãos-carolas-do-parlamento, vossas excelências estão contribuindo decisivamente para o agravamento da situação dos excluídos de nossa sociedade, a conduta de vocês ficando sempre de joelhos para a “tirana mor” do sistema corroído tem proporcionado consequências lastimáveis e muito de vocês já percebem o distanciamento daqueles que os seguiam em outrora.

Tudo tem seu preço, e como todos observam, o preço que vossas excelências estão cobrando para silenciar-se diante das atrocidades contra a Bom Jesus de Nosso Senhor está cada vez menor que o que vocês pagam com a exposição de suas condutas diante de seus amigos e familiares, uma nova realidade que vocês ainda não conseguiram captar que tal aspecto não atinge a “rainha do engenho corrompido” por ela não ter amigos e muito menos familiares em Bom Jesus do Itabapoana, seu compromisso histórico e familiar aqui é zero.


Não é a primeira vez que alerto aos senhores sobre este fato para subsídio de reflexão, a situação está cada vez mais nebulosa com pesadas trovoadas previstas para o início de 2015, vossas excelências teimam em não acordar para esta realidade e a cada dia que passa a reputação se torna mais submersa na lama. 
Não obstante ainda considero válido aproveitar o momento de sensibilidade e reflexão que a data natalina de Jesus Cristo nos proporciona para mais uma vez oferta-lhes esta reflexão.

Feliz Natal a todos e a todas!

segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

A podridão legislativa terá suas vísceras expostas com consequências drásticas para o legislativo municipal

Atuação suja de Paulo Pimentel causou virulenta reação da oposição que promete uma devassa na gestão da câmara dos vereadores e no poder executivo

E o tom de ameaça e indignação foi latente nos pronunciamentos de Ricardo Aguiar, Celso Rezende e Leonardo Dutra que levantaram diversas suspeições acerca do mandato de Paulo Pimentel que trarão à tona escândalos em cascata podendo resultar até na cassação do mandato do parlamentar traidor por quebra do decoro.

E no contexto legislativo as diárias de viagens suspeitas e as faltas não justificadas poderão resultar em sérios problemas para Pimentel, ainda foi levantado o questionamento acerca de viagens com veículo da câmara ao Tribunal de Justiça na capital do estado sem que houvesse justificativa alguma que comprove o interesse público nessas viagens, muito pelo contrário segundo comenta-se nos bastidores da câmara.

Fato é que as manobras obscuras de Pimentel nesta eleição para a mesa diretora conseguiram desagradar a todos deixando contrariados até os governistas, tanto que a indicação inicial de Eliomar Oliveira para Carlos Ney como vice-presidente foi um indicador de tal constatação, haja visto que estava acordado entre os governistas que o vice seria Paulo Pimentel e não Carlos Ney, fato este que pegou ele de surpresa com a indicação do segundo secretário.

A atuação de Paulo Roberto Pimentel violou uma série de princípios do código de ética parlamentar e o poder legislativo de Bom Jesus do Itabapoana tem que punir com rigor máximo a conduta desprezível deste vereador, é inaceitável que se manipule um cenário político dentro da câmara para tão somente ele jogar com a prefeita em busca do achaque perfeito.

A moralização pública necessária em Bom Jesus do Itabapoana tem que passar pela apuração e punição rigorosas para com este vereador por faltar diversas sessões sem apresentar nenhuma justificativa para a plenária, um total desprezo institucional deste senhor que pensa viver no mundo dos coronéis do passado, é inconcebível que um vereador abandone sistematicamente as sessões quando o presidente franqueia a palavra aos pares da plenária. 
Ele mesmo praticamente não utiliza a tribuna para se dirigir à sociedade, ele está muito preocupado e com sua jogatina podre que está contribuindo decisivamente para o retrocesso vivido em Bom Jesus do Itabapoana, este parlamentar vem agindo tal qual um câncer que vem corroendo a moral e a ética no poder público municipal de Bom Jesus do Itabapoana.

Eleição legislativa BJI | O jogo sujo do interesse espúrio

Em clima tenso, sessão ordinária que elegeu nova mesa diretora foi marcada pelos duros ataques da oposição ao vereador Paulo Roberto Pimentel

Ferveu o clima da sessão ordinária desta segunda-feira (22/12), e nela tivemos a eleição da mesa diretora para o biênio 2015/16 do poder legislativo, que elegeu Luciano Nunes presidente, Eliomar Oliveira primeiro secretário, Hamilton Borges segundo secretário e Carlos Ney vice-presidente.

Em tese o resultado agradou em cheio a prefeita que teve que abrir o cofre além do que imaginou para garantir a subserviência do legislativo.

Por outro lado, as manobras espúrias do vereador Paulo Pimentel indignaram o bloco oposicionista que se mostrou unido e disposto ao enfrentamento à corrupção na própria câmara e na prefeitura, o clima esquentou de tal forma que o vereador Moacir Almeida adjetivou a atuação de Pimentel como "PILANTRAGEM".

Inicialmente a disputa pela presidência da câmara contava somente com a candidatura pela reeleição do atual presidente, Luciano Nunes, que diante da indicação da prefeita para eleger Clério Tadeu como presidente, levou à oposição a seguir o caminho natural pela reeleição de Nunes.
Com a presidência definida com mais de uma semana de antecedência, entrou em cena o vereador Paulo Roberto Pimentel, que sempre foi alvo de comentários que o leva a condição de um dos políticos mais traiçoeiros de nossa história, a articular com a oposição e a situação simultaneamente para que houvessem outras candidaturas na disputa.

E porque um vereador que tem o sogro como secretário de governo estimularia uma candidatura opositora para a presidência da câmara? 

A resposta foi dada pelos vereadores Leonardo Dutra, Ricardo Aguiar, Moacir Almeida e Celso Rezende, lembrando que o jogo sujo articulado por Pimentel é passível até de abertura de um processo no conselho de ética da câmara.

Ele inicialmente estimulou o vereador Leonardo Dutra a se lançar como candidato à presidência da câmara que o voto dele estaria garantido, além da promessa de articulação para garantir o voto de Eliomar Oliveira junto com a oposição que garantiria a eleição de Dutra. 
Ao mesmo tempo ele também articulou a mesma proposta com o vereador Carlos Ney, e assim se formou o cenário para que ele se apresentasse para a prefeita como o “voto decisivo” para eleger o candidato do gosto da corrupção de Bom Jesus do Itabapoana.

Leonardo Dutra acusa a traição de Paulo Pimentel, assista o vídeo!

No final da tarde ele ainda fez uma proposta indecorosa a Dutra, que optou em não detalhar nas discussões deixando claro a trapaça armada por Pimentel, o vereador Ricardo Aguiar ainda foi mais explícito em constatar que a manobra suja articulada por Paulo Pimentel foi para tão somente “valorizar seu passe”, que traduzindo em miúdos, seria o fator que teria “inflacionado” a eleição da câmara e teria levado a prefeita a pagar pelo voto de Pimentel muito mais que ela esperava.

A conduta deste parlamentar, que é o segundo mais antigo de nossa câmara, foi capaz de realizar a proeza dele ter achacado e ter feito a própria prefeita com toda sua tirania e se submeter as chantagens do citado vereador.

Até que ponto um político abre mão do caráter e da dignidade para obter vantagens pessoais e financeiras?

Na política de Bom Jesus do Itabapoana não existe limites para a cafajestagem pública quando entra em jogo os interesses do vereador mais votado na última eleição.
Ele para manter viabilizada a corrupção na prefeitura que o beneficia ilicitamente, no qual seu sogro é secretário de obras e parceiro político imprescindível dos corruptos do executivo, foi capaz de ludibriar seus próprios pares legislativos ao articular a candidatura da oposição para tão somente ter cacife político para chantagear a prefeita na negociação de seu voto.

domingo, 21 de dezembro de 2014

Gestão pública BJI | Secretário de esportes não comparece na câmara para esclarecer as obscuridades de sua pasta

Poder executivo permanece desmoralizando o legislativo ao ignorar mais uma convocação de agentes nomeados pela prefeita

E desta vez o convocado a desprezar a prerrogativa fiscalizadora do poder legislativo foi o comunista inválido da secretaria de esportes e lazer, que não compareceu na sessão ordinária de quinta-feira passada (18/12) para prestar diversos esclarecimentos acerca da pasta no qual ele finge administrar.

Para amenizar a pressão oposicionista sobre as suspeitas na gestão da pasta de esporte e lazer, a prefeitura passou até a inserir no noticiário oficial a pesada imagem do secretário mentiroso, porém as perguntas que seriam feitas por Aguiar deixariam a própria prefeita em situação de embaraço, uma delas se refere a possibilidade do filho da mandatária do caos estar contratado pelo projeto Rio 2016, sem que o mesmo não comparecesse em dia sequer para trabalhar.

Também suspeita-se que um certo locutor parceiro da desordem também estaria contratado apenas para receber o salário, além é claro que desde que a prefeita mudou a gestão deste programa do governo do estado ninguém mais testemunhou alguma atividade do mesmo.

Outras suspeitas contidas na secretaria de esportes pairam nas compras das portas, do balcão e dos obstáculos para prática de skate que foram adquiridas em valor supostamente superfaturados, com dispensa de licitação mesmo com valor extrapolando os limites legais e com a suspeita de um dos sócios da empresa fornecedora do material ser contratado na secretaria de educação.
Porém mesmo com essas graves suspeitas que recaem na secretaria de esportes e mesmo com o histórico nada recomendado do secretário comunista inválido, o desprezo pelo poder legislativo prevaleceu com o secretario debochado se safando de apurar as suspeitas no qual ele é responsável direto.

Eleição legislativa BJI | A votação que vai definir o joio e o trigo do parlamento bom-jesuense

Com o poder executivo afundado em denúncias de corrupção no MP cabe ao legislativo assumir o controle institucional do município e essa eleição se torna a mais importante em décadas

Não há mais o que esperar pelo restabelecimento da ordem institucional de Bom Jesus do Itabapoana, um governo que passa por investigações na Polícia Federal, que responde a quase uma dezena de processos por improbidade administrativa com outros tantos por vir da tutela coletiva, e com uma prefeita e seu vice-prefeito cassados em primeira e segunda instância pendurados em uma liminar que cairá a qualquer momento, os vereadores tem em seus ombros uma pesada responsabilidade em colocar a casa em ordem.

E não será elegendo um presidente do poder legislativo que seja sintonizado com a desordem do executivo que as coisas irão entrar nos eixos, a experiência de uma mesa diretora alinhada com o executivo gerou resultados desastrosos em 2013 e 2014, e a independência do legislativo nunca foi tão imprescindível para o futuro de Bom Jesus do Itabapoana.

Os vereadores nunca tiveram um cenário tão bem definido em seus votos, eles votando com os candidatos da base governista estarão se alinhando com as suspeitas criminais investigadas pela Polícia Federal na obra do esgotamento sanitário do bairro Lia Márcia, ou mesmo apoiando todas as suspeitas nas dez obras que são alvo de inquérito no Ministério Público Federal, e o pior, os vereadores que por ventura elegerem um presidente da câmara alinhado com o executivo estarão chancelando todo massacre promovido pelo atual governo contra os servidores públicos municipais.

Lembrem-se que seus votos serão registrados e publicados para a eternidade da internet poder sempre recordar quem traiu a sociedade bom-jesuense no momento crucial de nossa crise institucional vivida na administração pública municipal. 
Os senhores estão diante da oportunidade de entrarem para história, seja de maneira positiva elegendo uma mesa diretora opositora ao governo, ou de maneira negativa elegendo um presidente que permanecerá apoiando a roubalheira nos cofres públicos de Bom Jesus do Itabapoana.

sábado, 20 de dezembro de 2014

O natal para esses senhores será bem diferente – Isto É

Como a proximidade das festas de fim de ano e o longo período de cárcere têm levado alguns executivos de empreiteiras a entrar em depressão. Quatro deles já admitem a delação premiada em troca da liberdade

Mário Simas Filho (mariosimas@istoe.com.br)Há menos de um ano Eduardo Leite, vice-presidente da Camargo Corrêa, realizou o antigo desejo de comprar um apartamento na Vila Nova Conceição, um dos endereços mais sofisticados de São Paulo. Desde então, ele e a mulher vinham planejando inaugurar a nova residência na noite de Natal, quando o imóvel, avaliado em R$ 5,5 milhões, seria oficialmente apresentado a toda família. 

Ao longo de 2014 o apartamento veio sendo cuidadosamente decorado e a ideia era que a família se reunisse para celebrar o Natal e ao mesmo tempo promover uma espécie de comemoração ao sucesso obtido pelo jovem trainee que entrou na construtora em 1994 e se tornou o executivo titular de um dos mais cobiçados cargos numa das maiores empreiteiras do País. Na terça-feira 16, Leite soube oficialmente que as festas de fim de ano não serão como planejadas. 

Acusado de ser um dos corruptores no escândalo da Petrobras, ele passará as noites de Natal e de Réveillon sobre o colchonete instalado na fria cela de seis metros quadrados que divide com outros três presos pela Operação Lava Jato, na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba (PR).

Deprimido, quase não fala com os colegas e pouco se alimentaA notícia de que estará confinado nas festas de fim de ano provocou uma enorme mudança no comportamento do executivo. 
Entre os 11 diretores de empreiteiras encarcerados desde 14 de novembro, Eduardo Leite era apontado como um dos mais refratários às delações premiadas propostas pelo Ministério Público Federal e mostrava-se otimista em relação aos recursos jurídicos que procuram libertá-los.

“É evidente que a prisão funciona como uma forte pressão psicológica e muitos buscam a delação em troca de penas mais brandas”, disse um dos procuradores da Operação Lava-Jato na quinta-feira 18. “Até a semana passada Eduardo Leite era um dos que mais animavam os colegas de cadeia a resistirem às propostas de acordo”, completou o procurador. Mas, segundo advogados ouvidos por ISTOÉ, nos últimos dias o executivo vem insistindo na tese de que o melhor seria aderir à delação premiada desde que lhe seja assegurada a liberdade. 
Na última semana, Leite permaneceu mais calado do que de costume e a outros presos disse que está muito perto de “dar a mão à palmatória”. “Está muito difícil para ele enfrentar essa situação e a cada dia o vejo mais deprimido”, disse um dos advogados que visitaram os empresários. Leite é hipertenso e no início do mês chegou a apresentar dois picos de pressão. 

Desde então ele mantém, ao lado do beliche onde dorme, um aparelho com o qual monitora a pressão pelo menos duas vezes ao dia. De acordo com o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, Leite teria sido beneficiado com cerca de R$ 20 milhões provenientes de obras superfaturadas.

A prisão funciona como uma forte pressão psicológica e muitos buscam a delação em troca de penas mais brandas

Com a proximidade das festas de fim de ano a vida fica mais difícil para os diretores e executivos das maiores empreiteiras do País. Até o início da semana passada, apesar do sofrimento provocado por um mês de confinamento, havia entre eles um certo otimismo com a possibilidade de obterem algum benefício jurídico. Na terça-feira 17, dois advogados disseram a seus clientes que dificilmente será concedida a liberdade. 
A informação transmitida aos presos foi a de que a Justiça só deverá se manifestar, sobre os recursos que procuram tirá-los da carceragem, em fevereiro. 
“Recebi recados dos tribunais superiores dizendo que nada mudará até o fim do recesso judicial”, disse à ISTOÉ na quinta-feira 18 um dos advogados que atuam a favor dos empreiteiros. Entre os delegados e procuradores da Operação Lava Jato, a avaliação é a de que a manutenção das prisões nesse período de festas possa provocar uma avalanche de delações premiadas logo no início de 2015. 

ISTOÉ apurou que se depender do estado psicológico dos presos é possível que novas denúncias surjam antes mesmo da virada do ano.

Os 11 empresários ainda encarcerados dividem três celas de seis metros quadrados. Eles não têm banheiro privativo, televisão nem geladeira. Em cada cela há um beliche de alvenaria e colchonetes são colocados no chão para que todos possam dormir. 
É nesse ambiente, onde os únicos “luxos” são algumas garrafas de água mineral Evian, poucas barras de chocolate importado levadas por advogados e pacotes de biscoitos, que além de Eduardo Leite outros três presos manifestaram nos últimos dias o desejo de contar tudo o que sabem. Uma situação vista com otimismo pelos procuradores e delegados e com preocupação pelos advogados das empreiteiras. 

O presidente da OAS, José Aldemário Pinheiro Filho, conhecido como Léo Pinheiro, tem deixado os colegas da empresa bastante tensos. Acostumado a viver em um apartamento de 400 metros quadrados com cinco vagas de garagem no Alto de Pinheiros – ao lado de um dos principais parques de São Paulo – desde que foi preso em 14 de novembro ele vem insistindo com os advogados em aceitar a delação premiada. No início de dezembro começou a apresentar sinais de depressão. 
Na última semana, em pelo menos duas ocasiões deixou de sair da cela para tomar sol e pouco tem falado com os demais presos, inclusive com os três companheiros de empresa também encarcerados. 

“Me disseram que ele tem chorado muito, quase não conversa e pouco se alimenta”, afirmou à ISTOÉ um advogado com acesso aos presos. O estado psicológico de Léo Pinheiro se agravou depois que o ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal, negou habeas corpus a seu favor, na sexta-feira 12. Outros presos disseram a seus advogados que durante a semana passada Léo Pinheiro nem sequer deixou a cela para conversar no “lounge”, um espaço com cerca de 14 metros quadrados que os próprios presos organizaram com colchonetes e lençóis onde costumam passar o tempo conversando e lendo.
Denunciado pela prática dos crimes de lavagem de dinheiro, fraude em licitações e corrupção ativa, o presidente da OAS planejava inicialmente passar as festas de fim de ano na Europa. 

Quando veio a prisão chegou a comentar com parentes e advogados que certamente não poderia deixar o País e que passaria as festas em sua casa de quatro dormitórios, localizada em um condomínio de luxo em Maresias, no litoral norte de São Paulo. Jamais imaginou que passaria Natal e Réveillon calçando um chinelo de dedos e comendo marmitex. “Ele já estava bastante abalado e queria contar tudo o que sabe. Agora está muito pior”, disse o parente de um dos presos que esteve na Superintendência da PF de Curitiba na semana passada. 
Delegados e procuradores da Operação Lava Jato ouvidos por ISTOÉ na quinta-feira 18 avaliam que, caso Léo Pinheiro resolva trilhar o caminho da delação premiada, as investigações poderão avançar para além dos limites da Petrobras e chegar aos principais fundos de pensão do Brasil.

Advogados avaliam que só em fevereiro, depois do recesso judicial, alguns recursos poderão ser julgados

Ao contrário dos presos que costumam frequentar o sistema penitenciário nacional, os executivos e diretores das principais empreiteiras do Brasil que estão encarcerados na PF de Curitiba não precisam usar uniformes. Mas não podem usar cintos nem cadarço nos sapatos. Anéis e relógios caríssimos tiveram de ser deixados com os carcereiros e as conversas com as visitas que recebem semanalmente só podem ser feitas no mesmo parlatório onde recebem as orientações dos advogados. 
Durante o dia, eles podem se deslocar ao pátio externo em duas turmas distintas. Uma entre as 8h e as 10h e, a outra, entre 10h e meio-dia. Podem, porém, circular livremente entre as celas e a pequena área que chamam de lounge. Nas duas últimas semanas, no entanto, o vice-presidente da Mendes Júnior, Sérgio Mendes, raramente tem sido visto nas áreas comuns da carceragem, segundos advogados ouvidos por ISTOÉ.

De acordo com o relato feito por alguns presos a seus familiares, Sérgio Mendes tem se isolado dos demais e com frequência tem sido flagrado chorando em um canto de sua cela. “Hoje, ele (Sérgio Mendes) é um homem completamente diferente daquele que chegou em novembro. Nos primeiros dias de prisão, Sérgio Mendes passou uma imagem de arrogante”, lembra um dos advogados dos empreiteiros. “Chegou a Curitiba em um jatinho particular e parecia ter a convicção de que seria libertado em poucos dias.” 
Depois de uma semana preso, Sérgio Mendes passou a cogitar aderir à delação premiada, mas foi convencido por advogados a prestar um depoimento colocando-se como vítima de extorsão de políticos e ex-diretores da Petrobras. Admitiu ter pago R$ 8 milhões ao doleiro Alberto Youssef e afirmou que o ex-diretor da estatal Paulo Roberto Costa teria ameaçado cortar os pagamentos devidos à Mendes Júnior caso a propina não fosse paga. 

Logo depois de prestar o depoimento, pediu à Justiça que fosse revista sua prisão. Mas em 1º de dezembro o juiz Sérgio Moro negou seu pedido. “Desde que percebeu o fracasso da estratégia de defesa, Sérgio Mendes vem se deprimindo a cada dia”, afirma um advogado. “Ele cogitou várias vezes estar sendo pressionado pela família a fazer a delação premiada e já pediu a amigos para procurarem um especialista para tratar dessa questão”, concluiu o advogado.

Apontado como o líder do clube dos empreiteiros, o presidente da UTC, Ricardo Pessoa, é um dos mais abalados emocionalmente. Como não pode fumar nas dependências da Superintendência da PF, ele tem aumentado a cada dia a carga de adesivos usados para tentar substituir a nicotina. Baiano e tido como falastrão, até ser preso Pessoa planejava passar Natal e Réveillon em Nova York. Ele costumava comentar com amigos suas façanhas financeiras. 
O executivo assumiu o comando da empresa em 1997 e logo mudou-se para São Paulo onde passou a residir em uma cobertura com 600 metros quadrados nos Jardins. Em abril, um mês depois de deflagrada a Operação Lava Jato, Pessoa investiu R$ 1,5 milhão na compra de dois imóveis comerciais. 

Na cadeia, segundo advogados e membros da Lava-Jato, o diretor da UTC foi um dos primeiros a sinalizar com a possibilidade de um acordo em troca da liberdade. Na sexta-feira 19, havia boatos de que tanto ele quanto Léo Pinheiro haviam acertado os termos da delação. Advogados ouvidos por ISTOÉ não confirmaram a informação, mas nos depoimentos que Pessoa prestou à Polícia Federal ele envolveu os nomes de líderes da oposição nos escândalos investigados e admitiu a formação de cartel para lesar os cofres da maior estatal do País. Duas das exigências defendidas pelo procurador-geral da República para a delação premiada.

Assim como aconteceu com seus colegas de cadeia, Pessoa vem se mostrando extremamente depressivo desde que o ministro Teori Zavascki negou o habeas-corpus. “O Ricardo (Pessoa) está a ponto de explodir. 
Ele não fala mais com ninguém, chora em todos os cantos e passa boa parte das noites sem conseguir dormir”, revelou a um advogado um dos presos que divide a cela com o diretor da UTC. Se depender das decisões que veem sendo tomadas pela Justiça até agora, não há por que os executivos e diretores de empreiteiras fazerem qualquer plano de liberdade antes do Carnaval.

Foto: Zenone Fraissat/Folhapress