"O acordo entre o PMDB e o Solidariedade
envolveria o valor de R$ 13 milhões. A informação foi dada ontem pela coluna
Radar On-line, da revista “Veja”. De acordo com a nota, o deputado Aureo
(SDD-RJ) teria afirmado que a aliança ocorreria mediante a doação deste valor
pela empreiteira Odebrecht ao seu partido. Em troca, a legenda apoiaria nas
eleições deste ano o pré-candidato Luiz Fernando Pezão, atual vice-governador.
O Palácio Guanabara, a construtora Odebrecht e o presidente nacional do
Solidariedade, deputado Paulinho da Força Sindical (SP), negaram que tenha
havido a negociação, revelada na última segunda-feira pelo EXTRA.
O deputado Marcelo Freixo (PSOL) protocolou
ontem no Ministério Público um ofício ao procurador-geral Marfan Vieira, em que
cobra uma investigação sobre o teor das declarações de Aureo.
— O Ministério Público tem o dever de
investigar isso — afirmou Freixo.
O deputado Paulinho da Força Sindical
convocou às pressas uma reunião para a manhã de hoje, em São Paulo, com
integrantes da cúpula nacional do partido e o deputado estadual Pedro
Fernandes, para discutir a crise no Solidariedade.
Segundo integrantes da legenda, Aureo está
isolado no partido e pode perder a presidência estadual. Sérgio Cabral também
não atende mais às ligações dele.
O acordo previa que Fernandes, filho da
vereadora Rosa Fernandes (SDD), seria o secretário estadual de Assistência
Social e Direitos Humanos. Na segunda-feira, o parlamentar enviou um e-mail a
Cabral, agradecendo o convite e recusando-o. Pedro cobrou esclarecimentos.
Na segunda-feira, o procurador regional
eleitoral do Rio, Paulo Bérenger, instaurou uma investigação para apurar se o
governador de fato negociou as UPPs e a promessa de financiamento em troca do
apoio a Pezão.
Líder do PSOL na Câmara dos Deputados, Chico
Alencar (RJ) cobrou que o MP e a Justiça eleitoral aprofundem a investigação
sobre o caso:
— O MP e a Justiça eleitoral precisam ficar
atentos neste caso. Os indícios de que (o PMDB e o Solidariedade) vão burlar a
lei e cometer crime de abuso do poder econômico são claros."