quinta-feira, 24 de abril de 2014

Política e cidadania | Manobra e publicidade sem sentido

Dois assuntos tomaram os holofotes do noticiário político nesta semana que termina de maneira atípica por conta de dois feriados intercalando segunda e quarta feira. 
Um assunto está na esfera federal do poder, e o segundo assunto está na esfera estadual do poder. 

Um assunto foi polemizado por uma manobra desbaratada pelo STF, e o segundo está em uma publicidade governamental no mínimo contraditória
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O assunto da esfera federal está nos escândalos envolvendo a Petrobras, que com a ameaça da aprovação da CPI para investigar os desvios na estatal, o governo tentou inserir na CPI a investigação sobre as irregularidades no cartel do metrô de São Paulo. 

Com isso, a minoria recorreu ao supremo tribunal federal, e a ministra Rosa Webber determinou a instalação da CPI para investigar única e exclusivamente as irregularidades na aquisição da refinaria de Pasadena.

Tentar inserir os escândalos do metrô de São Paulo aos escândalos da Petrobras, é uma clara manobra do governo para evitar que se apure mais irregularidades do que já vazou na imprensa. 

A constituição não oferece respaldo em CPI com temas difusos e desconectos, fatalmente que a CPI multi-temática morreria pela imaterialidade. 

Se o governo federal quer investigar o escândalo do metrô de São Paulo, então investigue os escândalos dos metrôs do Rio de Janeiro e de Salvador Também.

Por que o governo federal não cita os escândalos dos metrôs de Salvador e do Rio de Janeiro? A proporção do rombo é muito maior que em São Paulo e não se fala nada no governo federal a respeito.

O governo federal por ter total domínio do congresso pode a qualquer momento aprovar quantas CPI’s pretender, e se o problema do metrô de São Paulo é o fato de ter repasses da união, o mesmo ocorre em Salvador e no rio de Janeiro.
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O segundo assunto, que está na esfera estadual, vem do noticiário de mais outras vítimas da violência na cidade do Rio de Janeiro, em que na comunidade do Pavão e Pavãozinho em Copacabana um jovem foi morto em uma troca de tiros entre policias e traficantes. 

Ainda não se sabe a origem do disparo que alvejou o jovem vitimado, e as discussões acaloradas entre os internautas tentando encontrar culpados entre a polícia, o tráfico e a própria vítima se alastram pelas redes sociais.

O site da revista Veja como sempre já entrou em cena com suas publicações tendenciosas e reacionárias, em que em vez de reportar as investigações para encontrar a autoria do disparo, a repugnante Veja tratou logo de julgar e condenar a vítima, isso mesmo, em um misto de sensacionalismo e “tendencialismo” esse lamentável veículo de comunicação encontrou na vítima o próprio réu.

De nada adianta correlacionar a vítima com um traficante, se a Veja e os internautas não observarem que esta intensa troca de tiros na comunidade citada, ocorreu em uma comunidade dita pacificada. 
Se ela foi ocupada pelas forças de seguranças e ali instalado uma Unidade de Polícia Pacificadora, como então os traficantes estavam tão bem armados ao ponto de proporcionarem uma intensa troca de tiros com as forças policiais? Como os traficantes entraram com essas armas em uma comunidade supostamente pacificada?

Desde o inicio que é público e notório que as comunidades ocupadas pelas UPP’s não tiveram o tráfico de drogas extinto nas mesmas, o que no inicio ocorreu foi a “retomada de território pelo estado nessas comunidades”, como sempre afirmou o secretário de segurança pública do estado. 

Ele ainda concluía que o objetivo inicial do programa das UPP’s era desarmar o tráfico, inibindo assim o domínio territorial estabelecido pelos traficantes.

Mas deste 2013 que estamos testemunhando o noticiário da capital com diversos ataques de traficantes aos policiais das unidades de polícia pacificadora. 
Como pode os traficantes estarem fortemente armados nas comunidades ditas pacificadas? 

A impressão que fica é que este programa de pacificação das comunidades dominadas pelo tráfico não passou de um tremendo golpe publicitário, que se derrete a cada semana que se avança em direção à Copa do Mundo.