quarta-feira, 8 de outubro de 2014

O cenário político | Como debater a oposição que teremos no futuro?

A primeira pesquisa de intensão de votos para o segundo turno mostra o tucano com 54% e a petista com 46%

Assim como decidiu a Corrente Socialista do Trabalhador, corrente interna do PSOL no qual faço parte, e assim como decidiu a própria executiva nacional, eu como estou dirigente do partido em Bom Jesus do Itabapoana também seguirei pela neutralidade pelo fato de ambas as candidaturas apresentarem o mesmo modelo econômico que privilegia a poucos e com a mesma maneira de articular as forças partidárias no congresso.

No entanto diferente do que analisa o companheiro Marcelo Freixo, que declarou ser um retrocesso o retorno do PSDB ao poder, eu particularmente me sinto na obrigação de levantar esta polêmica neste debate analisando por outro espectro.

Se o PSOL já se declarou que será oposição independente de qualquer que seja o vencedor, inclusive o próprio Marcelo Freixo declarando que permanecerá na mesma postura combativa, penso que para termos resultados mais expressivos no combate oposicionista a companhia do PT na oposição será muito mais produtiva do que contar com o PSDB como partido de oposição.

Um dos maiores retrocessos que vivemos atualmente é justamente não termos um grande aliado oposicionista em nossas lutas, desde sua criação o PSOL vem travando batalhas com nossa minúscula bancada contra uma frouxidão irritante dos tucanos e seus agregados na oposição.
Não podemos ter a ótica de que a disputa política seja como uma partida de futebol que somente vale é ser campeão, ainda mais no Brasil onde nem vice serve para absolutamente nada.

Na política o jogo da disputa eleitoral apresenta resultados em todos os aspectos e nesta ótica é que devemos apreciar que o pior de todos os retrocessos foi justamente a total falta de aptidão do PSDB e do DEM em fazer uma oposição como fazia antes o PT. 

Foram 12 anos de absolutismo petista que somente fere o estado democrático de direito, sem contar com a salutar alternância de poder.

E no atual cenário com o tucano com a tendência de virar o jogo em cima da hora, teremos um congresso mais dividido, pois esta virada está se dando depois da terminado o primeiro turno com todas as bancadas definidas, e a bancada petista se consolidou como a maior de todas, o STF por ter em sua maioria membros indicados pelo PT será inequivocamente independente nas mediações legais com o executivo federal.


Portanto mesmo declarando pela neutralidade e pelo voto nulo, e sendo contrário aos dois modelos de candidaturas que aí estão, com os mesmos financiadores inclusive, não considero o fim dos tempos se o tucanato retornar ao poder, vejo dias melhores com uma oposição de fato combativa tendo em nossa companhia nas lutas o PT que sempre soube fazer oposição como nenhum outro partido.