O jornal o Norte Fluminense
veicula reportagem com o irmão do vereador Ricardo Aguiar e do ex-vereador
Samuel Júnior, a mesma aborda o cenário político/administrativo de Bom Jesus do
Itabapoana.
A principal manifestação do
Doutor Júlio Aguiar, pessoa de meu irrestrito respeito e admiração, foi em cima
da tese eleitoral de que se não houver somente uma candidatura na disputa
contra o candidato do governo, a prefeita Branca Motta elege seu sucessor.
Esta tese de que se houver mais
de uma candidatura contra o candidato governista a prefeita se favorece na
disputa é quase que uma regra inviolável, no entanto, eu que costumo me
posicionar como ponto fora da curva do senso comum, prefiro me ater aos números
e no histórico eleitoral de BJI desde a eleição de 2008.
Para sustentar minha tese de que
o número de candidatos não decide uma eleição, mesmo em uma cidade em que não
temos a possibilidade de segundo turno, vou elencar para vocês um comparativo entre
as eleições de 2008 que teve somente DOIS candidatos, e a de 2012 que contava
com CINCO candidaturas.
Eleições de 2008
Em 2008 tínhamos somente dois
candidatos em disputa, Paulo Sergio Cyrillo contra Branca Motta, na ocasião
Cyrillo é quem contava com o apoio da prefeitura sob comando de Paulo Portugal,
e Branca Motta contava com o apoio do governo estadual com Rosinha Garotinho.
O resultado dessas eleições
aponta que na sede do município, o candidato Paulo Sergio Cyrillo teve uma
vantagem sobre Branca Motta de 1.920 votos, sendo que as urnas dos distritos
reduziram esta vantagem para irrisórios 51 votos, ou seja, a candidata Branca
Motta teve um desempenho formidável nos distritos.
Cabe salientar que ainda tivemos
um fato sorrateiro ocorrido na véspera desta eleição de 2008, a qual “denunciava”
em documento apócrifo distribuído na calada da noite que a candidata Branca
tinha sérios problemas relacionados a operação epidemia com seu benefício
previdenciário, se não fosse este golpe anônimo ela venceria com larga
vantagem.
Eleições de 2012
Em 2012 tínhamos CINCO candidatos,
e o resultado apontou um cenário idêntico a 2008, com a prefeita Branca saindo
1.800 votos atrás de Roberto Tatu na sede do município, com ela vencendo por
apenas 108 votos de vantagem depois de apuradas as urnas dos distritos, mais
precisamente na última urna que ela confirmou sua vitória, a candidata Branca
Motta novamente teve um resultado formidável nos distritos.
Importante lembrarmos que até uma
semana antes das eleições, Roberto Tatu era candidato a vice-prefeito de Paulo
Sergio Cyrillo, que como sempre estava inelegível teve que renunciar à
candidatura sendo substituído por Tatu, fato que gerou um racha entre alguns
correligionários que se debandaram para a campanha de Samuel Júnior.
Observem que mesmo com CINCO
candidatos, com a renúncia de Paulo Sérgio Cyrillo, a poucos dias da eleição e
com a debandada de alguns correligionários, o resultado eleitoral desta eleição
de 2012 foi extremamente semelhante ao de 2008, que contava somente com duas
candidaturas, em ambas as eleições a candidata Branca Motta teve desempenho
muito ruim na sede do município e uma votação expressiva nos distritos.
Oposição e OPOSITORES, muita diferença!
Outro ponto que divirjo do amigo
Júlio Aguiar está em sua menção sobre a “oposição”, quando ele fala que a “oposição”
deve se unir, eu pergunto ao nobre amigo onde está a “oposição” de Bom Jesus do
Itabapoana? Obviamente que ele não encontrará, pois em BJI não existe OPOSIÇÃO,
existe sim alguns OPOSITORES.
Quando mencionamos OPOSIÇÃO,
estamos falando de coisa organizada em grupo, com uma agenda política constante
e coordenada, e isso definitivamente não será encontrado em Bom Jesus do
Itabapoana.
Temos em contraponto ao governo
os opositores da câmara, nas pessoas de Celso Rezende, Eliomar Oliveira,
Leonardo Dutra, Paulo Salim e Ricardo Aguiar, o presidente do Sindserv-BJI,
Rogério Lima, o ex-vereador Batista Magalhães e este blogueiro que vos escreve, que atua nas redes sociais.
Desde 2015 que surgiram outras
figuras políticas que passaram a se manifestar contra o atual sistema político
de Bom Jesus do Itabapoana, mas daí a imaginar que temos em BJI uma OPOSIÇÃO, é
completamente fora da realidade, bastando perguntar ao amigo Júlio Aguiar por
onde andava seu irmão Samuel Júnior quando seu pupilo Moalíder-da-Prefeita
afrontava seu também irmão Ricardo Aguiar na plenária legislativa?
Se tivéssemos uma oposição em Bom
Jesus do Itabapoana, esta já estaria agindo de maneira estratégica e coordenada
para analisar quais são os fatores que proporcionam esta notável força política
da prefeita nos distritos, haja visto que mesmo com essas comunidades vivendo o
mais amargo descaso público do governo, eles mesmo assim votam em maioria com o
governo.
Talvez até pelo fato da oposição
ser tão inexpressiva na rotina político/administrativa do município, que o
período eleitoral, cada vez mais curto, se torna insuficiente para disputar com
a máquina pública da prefeita.