sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

Violência contra jornalistas - O foco desviado pela grande imprensa



Muito mais grave que a morte acidental do cinegrafista da Band em uma manifestação tumultuada, são as frequentes mortes de jornalistas ou ativistas que investigam casos de corrupção em suas cidades. 
Cidades do centro sul do estado do RJ são cenários de mortes de jornalistas como o caso de Pedro Palma, que foi assassinado em frente a sua casa na pacata cidade de Miguel Pereira.

Abaixo temos uma reportagem veiculada no dia 14 de fevereiro de 2014 sobre este tema com os relatos de assassinatos suspeitos de envolvimento político ou policial no ano de 2013. 
Ainda tem o caso do jornalista que foi assassinado em Barra do Piraí em 2012, que até o momento não foi solucionado.

Os números são muito mais impactantes, mas como as suspeitas envolvem nomes do cenário político, os grandes veículos de comunicação não fazem aquelas homenagens no encerramento de seus programas jornalísticos, repletos de comoção e aplausos hipócritas.


O jornalista Pedro Palma, 47 anos, foi morto a tiros na noite dessa quinta-feira (13), em Miguel Pereira, no centro-sul do Rio de Janeiro. Dono do jornal Panorama Regional, Palma foi, segundo as primeiras informações, alvejado em frente de sua casa por dois homens em uma moto. 

Moradores da cidade ouvidos pela Agência Brasil levantaram a hipótese de crime político, já que o jornalista era conhecido por denunciar irregularidades cometidas por figuras públicas.

Já o radialista Edilson Dias Lopes, de 35 anos, foi morto na noite de terça-feira (11), em Pinheiros, interior do Espírito Santo. 
Locutor da Rádio Comunitária Explosão Jovem FM, Ed Wilson, como era conhecido, também foi alvo de tiros disparados por duas pessoas que passaram em uma moto.

Um relatório entregue ao ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, na última terça-feira (11), por representantes das três principais entidades dos meios de comunicação – Associação Nacional de Jornais (ANJ), Abert e Associação Nacional de Editores de Revista (Aner) – lista seis homicídios de jornalistas ocorridos em 2013. Nenhum deles, contudo, ocorreu durante uma manifestação.

De acordo com documento da ANJ, Abert e Aner, os seis profissionais foram mortos entre 8 de janeiro e 15 de novembro de 2013. 
O corpo de Josvânio Lima, fotógrafo do blogAmarelinho10, foi encontrado em sua casa, em Presidente Tancredo Neves (BA), com dois tiros. 

Já o radialista e dono do portal Aroeirasonline, Rômulo Laurentino de Souza, 41 anos, foi assassinado em Aroeiras (PB), por dois homens em uma moto, enquanto caminhava no centro da cidade. O atirador disparou após perguntar o nome da vítima e não levou nada de Souza.

Em 14 de abril, o repórter fotográfico Walgney Assis Carvalho, 43 anos, foi morto a tiros em Coronel Fabriciano (MG). O crime ocorreu em um pesque pague. 
O assassino se aproximou do fotógrafo em uma moto e o acertou pelas costas. 

Carvalho foi morto pouco mais de um mês após seu colega de trabalho, o repórter policial e radialista Rodrigo Neto ter sido executado em Ipatinga (MG), quando saia de um restaurante. 
Duas pessoas foram indiciadas pelas mortes, entre elas um policial civil. Apresentador do programa Plantão Policial, da Rádio Vanguarda AM, Neto já havia recebido diversas ameaças.

A quinta vítima foi o radialista Mafaldo Bezerra Goes, 62 anos, assassinado em Jaguaribe (CE). Goes foi surpreendido por dois homens em uma moto quando ia de casa para a Rádio Jaguaribe. 
Foi atingido por cinco tiros. A vítima já havia comunicado à polícia que vinha sendo ameaçado de morte. 
Segundo o relatório das entidades empresariais, a Polícia Civil concluiu que a morte foi encomendada pelo chefe de uma quadrilha que Goes vinha denunciando, acusada por assaltos, homicídios e tráfico de drogas.

O primeiro jornalista a ser morto no ano passado, segundo a Abert, Aner e ANJ foi o radialista Renato Machado Gonçalves, 41 anos, assassinado em 8 de janeiro, em São João da Barra (RJ), baleado em frente à sua casa quando voltava da casa de parentes. Um empresário foi indiciado como suposto mandante do crime.