Muito mais grave que a morte acidental do
cinegrafista da Band em uma manifestação tumultuada, são as frequentes mortes de
jornalistas ou ativistas que investigam casos de corrupção em suas cidades.
Cidades do centro sul do estado do RJ são cenários de mortes de jornalistas
como o caso de Pedro Palma, que foi assassinado em frente a sua casa na pacata
cidade de Miguel Pereira.
Abaixo temos uma reportagem veiculada no dia
14 de fevereiro de 2014 sobre este tema com os relatos de assassinatos
suspeitos de envolvimento político ou policial no ano de 2013.
Ainda tem o caso
do jornalista que foi assassinado em Barra do Piraí em 2012, que até o momento
não foi solucionado.
Os números são muito mais impactantes, mas
como as suspeitas envolvem nomes do cenário político, os grandes veículos de
comunicação não fazem aquelas homenagens no encerramento de seus programas
jornalísticos, repletos de comoção e aplausos hipócritas.
O jornalista Pedro Palma, 47 anos, foi morto a tiros na noite
dessa quinta-feira (13), em Miguel Pereira, no centro-sul do Rio de
Janeiro. Dono do jornal Panorama Regional, Palma foi, segundo as primeiras
informações, alvejado em frente de sua casa por dois homens em uma moto.
Moradores da cidade ouvidos pela Agência Brasil levantaram a hipótese de crime
político, já que o jornalista era conhecido por denunciar irregularidades
cometidas por figuras públicas.
Já o radialista Edilson Dias Lopes, de 35
anos, foi morto na noite de terça-feira (11), em Pinheiros, interior do
Espírito Santo.
Locutor da Rádio Comunitária Explosão Jovem FM, Ed Wilson, como
era conhecido, também foi alvo de tiros disparados por duas pessoas que
passaram em uma moto.
Um relatório entregue ao ministro da Justiça, José Eduardo
Cardozo, na última terça-feira (11), por representantes das três principais
entidades dos meios de comunicação – Associação Nacional de Jornais (ANJ),
Abert e Associação Nacional de Editores de Revista (Aner) – lista seis
homicídios de jornalistas ocorridos em 2013. Nenhum deles, contudo, ocorreu
durante uma manifestação.
De acordo com documento da ANJ, Abert e Aner,
os seis profissionais foram mortos entre 8 de janeiro e 15 de novembro de 2013.
O corpo de Josvânio Lima, fotógrafo do blogAmarelinho10, foi encontrado em
sua casa, em Presidente Tancredo Neves (BA), com dois tiros.
Já o radialista e
dono do portal Aroeirasonline, Rômulo Laurentino de Souza, 41 anos, foi
assassinado em Aroeiras (PB), por dois homens em uma moto, enquanto caminhava
no centro da cidade. O atirador disparou após perguntar o nome da vítima e não
levou nada de Souza.
Em 14 de abril, o repórter fotográfico
Walgney Assis Carvalho, 43 anos, foi morto a tiros em Coronel Fabriciano (MG).
O crime ocorreu em um pesque pague.
O assassino se aproximou do fotógrafo em
uma moto e o acertou pelas costas.
Carvalho foi morto pouco mais de um mês após
seu colega de trabalho, o repórter policial e radialista Rodrigo Neto ter sido
executado em Ipatinga (MG), quando saia de um restaurante.
Duas pessoas foram
indiciadas pelas mortes, entre elas um policial civil. Apresentador do programa Plantão
Policial, da Rádio Vanguarda AM, Neto já havia recebido diversas ameaças.
A quinta vítima foi o radialista Mafaldo
Bezerra Goes, 62 anos, assassinado em Jaguaribe (CE). Goes foi surpreendido por
dois homens em uma moto quando ia de casa para a Rádio Jaguaribe.
Foi atingido
por cinco tiros. A vítima já havia comunicado à polícia que vinha sendo
ameaçado de morte.
Segundo o relatório das entidades empresariais, a Polícia
Civil concluiu que a morte foi encomendada pelo chefe de uma quadrilha que Goes
vinha denunciando, acusada por assaltos, homicídios e tráfico de drogas.
O primeiro jornalista a ser morto no ano
passado, segundo a Abert, Aner e ANJ foi o radialista Renato Machado Gonçalves,
41 anos, assassinado em 8 de janeiro, em São João da Barra (RJ), baleado em
frente à sua casa quando voltava da casa de parentes. Um empresário foi
indiciado como suposto mandante do crime.

