sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Resposta Pessoal - Dr. Wagner Mangiavacchi

Atendendo ao pedido do Dr Wagner Mangiavacchi, hoje cederei esse espaço para que ele exerça seu direito de resposta à uma"carta denuncia" sobre o hospital de autoria anônima que circulou nessa semana.


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¬Resposta pessoal em relação a “Carta denúncia” que está circulando pela nossa Cidade datada de 21/12/2011.
Transcrevo abaixo parte do texto de “autor desconhecido” com o qual não concordo e me sinto atingido pessoal e profissionalmente:

       “Pois os médicos, depois de só levarem vantagem do HSVP, cresceram profissionalmente, pois quando entraram, não eram nada, estão abandonando o HSVP; o número de internação não atingia meta, não atingia mais meta de cirurgia, e nossa verba do SUS vem cortada, penalizada, mas nossas despesas mensais quase não mudam, continuam altíssimas. Alguns médicos, também são funcionários do Hospital Estadual em São José do Calçado, no Estado do Espírito Santo só atende SUS, estão levando pacientes de Bom Jesus do Estado do Rio de Janeiro para realizar cirúrgias lá, pois atingindo meta mensal, ganham mais. Os próprios arrumam endereço local para poderem fazer cadastro do paciente. O número de cirúrgias do HSVP caiu muito esses meses, e em Calçado publicaram no Hospital que o número de cirurgias de lá quase triplicou.”

¬Vou começar as contestações por partes para explicar a minha total discordância com o texto selecionado:

     “Pois os médicos, depois de só levarem vantagem do HSVP, cresceram profissionalmente, pois quando entraram, não eram nada”.

¬O que será que o “autor desconhecido” quer dizer com esta afirmação? Que  Eu tirei algo do HSVP que não me pertencia? Quando Ele coloca “os médicos”, está generalizando, todos levaram vantagens. A minha relação com o HSVP é de profissional liberal, não tenho vínculo empregatício com a Instituição,  e ainda sou descontado 11% de INSS do meu R.P.A. (Recibo de Pagamento de Autônomo). Sou Eu quem interna os pacientes do meu  consultório no Hospital, ou o paciente que é internado via “Posto de Urgência” me escolhe para ser o seu médico assistente e com isto o HSVP, ganha com a internação e demais despesas como medicamentos, taxas de cirurgia e outras, além de outros pacientes provenientes do SUS e de onde  os meus honorários profissionais que deveriam ser pagos através do HSVP, não os vejo há um bom tempo. Cresci profissionalmente, com certeza, mas lutei muito para que isto acontecesse, foram muitos os sacrifícios, principalmente dos meus Pais. Como Eu não era nada?  Quando passei a assistir meus pacientes no HSVP, isto aconteceu há uns “5” anos atrás, minha vida profissional já estava bem definida, e não tirei nada do HSVP que não fosse devidamente do meu direito. Sou um profissional realizado estou com “29” anos de profissão e acho que neste período ajudei muitos em suas necessidades. Se cresci profissionalmente, com certeza isto também ajudou e muito no crescimento do HSVP.

      “estão abandonando o HSVP, o número de internação não atingia a meta, não atingia mais a meta de cirurgia, e nossa verba do SUS vem cortada, penalizada, mas nossas despesas mensais quase não mudam, continuam altíssimas”.

¬Em relação a este trecho, quero afirmar que Eu não abandonei o HSVP, continuo internando meus pacientes no Hospital e atendendo a algumas urgências/emergências relacionadas a minha área de atuação; aqui houve mudanças em relação a atividade “sobreaviso” de urgência/emergência, esta mudança ocorreu única e exclusivamente pelo não cumprimento de “inúmeros” acordos por parte do HSVP. Em relação ao número de internações e cirurgias não terem atingidos metas é necessário um esclarecimento que o “autor desconhecido” ou por “Má-fé” ou por desconhecimento, não esclarece. Há alguns anos atrás a direção do HSVP, resolveu fazer com o SUS a chamada “Contratualização”, que significa, o que você pode me oferecer e a quantidade que você pode me garantir. Pois bem, como se pode garantir quantidade, se as pessoas que produzem não foram consultadas para isso? Pois foi exatamente isso que a Direção do HSVP fez, não houve por parte da Direção em relação a minha pessoa e nem aos outros colegas da especialidade, nenhuma consulta em relação a quantitativo de internações e cirurgias. Ainda assim, mantivemos e algumas vezes ultrapassamos a cota estabelecida para a Ortopedia.  Segundo as regras da “Contratualização”, ao não se atingir as metas estabelecidas durante um período contínuo de “3” meses ou “5” meses intercalados, há a suspensão dos pagamentos durante “2” meses, período no qual estabelece-se novas regras de “Contratualização”. Isto aconteceu na 1ª vez, e novamente não houve por parte da Direção do HSVP, qualquer chamamento para a classe opinar sobre quantitativos nesta 2ª “Re-Contratualização”. A situação vai se agravando sob todos os aspectos e novamente as metas não são cumpridas, quando então há a suspensão definitiva  da “Contratualização”até a data atual.

     “ Alguns médicos, também são funcionários do Hospital Estadual em São José do Calçado no Estado do Espírito Santo, que só atende o SUS, estão levando pacientes de Bom Jesus do Estado do Rio de Janeiro para realizar cirúrgias lá, pois atingindo meta mensal, ganham mais. Os próprios arrumam enderêço local para poderem fazer cadastro do paciente. O número de cirurgias do HSVP caiu muito esses meses e em Calçado, publicaram que no hospital, o número de cirurgias lá quase triplicou”.

¬Neste trecho, o “autor desconhecido”, mostra toda sua “Má-fé”, não acredito nem em desconhecimento da questão. Sou Servidor Público Estatutário do Estado do Espírito Santo atuando em São José do Calçado há mais de “19” anos onde ingressei através de Concurso Público. Não existe esta afirmação de quanto mais operar, mais irá receber. O salário do servidor público é fixo, não há ganhos por produtividade. Se Eu fizer “1” cirurgia ortopédica ou “100”, o meu salário será o mesmo. Quanto a pacientes de Bom Jesus do Estado do Rio de Janeiro que estão se internando em São José do Calçado, não há nada de ilegal nisto, até porque o SUS, significa “Sistema Único de Saúde”, e a Lei 8080, garante a “integralidade”, universalidade” e “igualdade” de acesso aos serviços de saúde. Todos temos os mesmos direitos enquanto “República Federativa do Brasil”.

¬Para finalizar, o que você, “autor desconhecido”, está tentando fazer é jogar o nome de pessoas na “lama” indiscriminadamente, lama da qual você se utiliza para encobrir a sua personalidade. Não faça mais isso, não está ajudando em nada.


                                                                                 
Bom Jesus do Itabapoana, RJ 22/12/2011

                                                                                                          

         Wagner Mangiavacchi - Médico
                                                                                                
         CRM-RJ 52.393.56-9 CRM-ES 4825