Senador diz que presidente não teve peito para procurar Aécio
e Marina | POR MARIA LIMA - O GLOBO 14/12/2014
BRASÍLIA — De saída do Parlamento, o senador Pedro Simon
(PMDB-RS) diz que a presidente Dilma Rousseff se entregou à chantagem, declarou
guerra contra a oposição, ao invés de costurar um entendimento, e vive fora da
realidade.
O senhor deixa a tribuna do Senado num momento delicado.
- O que acontece na Petrobras é algo inconcebível. O
relatório da CPMI do Marco Maia vai marcar indelevelmente a biografia do PT.
Enquanto isso, como se nada estivesse acontecendo, a presidente da República
continua brincando de montar Ministério e até hoje não demitiu a presidente
Graça Foster.
A presidente não está amarrada pelo PT, ela está é flutuando,
fora da realidade.
Dilma e Lula dizem que o que os diferencia do PSDB é que
investigam a corrupção.
- A demissão do ministro Jorge Hage, que comandou a
Controladoria Geral da União com eficiência e honradez, foi uma bofetada. Há um
mês ele vinha pedindo uma audiência com a presidente para relatar coisas
gravíssimas que vinham acontecendo e precisavam de providências.
Ela nunca se
dignou a recebê-lo. Ele, então, escreveu a carta de demissão e mandou tudo para
o inferno.
Que conselho o senhor daria para os seus herdeiros na tribuna
enfrentarem essa crise política e econômica?
- Dilma deveria fazer o que o Itamar (Franco) fez quando teve
de assumir a Presidência em meio à grave crise provocada pelo impeachment do
Collor. Ele chamou os presidentes de todos os partidos e disse: eu não
represento nada, não tenho povo, quem me botou aqui foi o Congresso. Vamos
fazer um pacto. Eu era líder do seu governo no Senado.
Eu desafio qualquer um a
dizer se ganhou um copo de água para votar o Plano Real. Ao invés disso, Dilma
e o PT declaram guerra à oposição. Ela, que se diz coração valente, não teve
peito de chamar, nem por educação, Aécio ou Marina para uma tentativa de
entendimento.