Por Chico Alencar - CÂMARA ARDENTE: há mais de uma hora a
sessão do Congresso Nacional está suspensa por uma soma de desatinos.
Umas
cinquenta pessoas nas galerias não paravam de gritar e, num determinado
momento, uma pessoa xingou uma senadora governista de "vagabunda!"
(alega-se que o que se disse foi "vai para Cuba!").
Aí foi a vez de Renan Calheiros, que presidia a sessão,
radicalizar: determinou a evacuação das galerias, através da polícia
legislativa, suspendendo a sessão até que sua ordem fosse cumprida.
O impasse
se instalou, com deputados e senadores indo para as galerias defender os
manifestantes.
Vários de nós tentamos repactuar a situação. Aécio se
comprometeu a pedir, no microfone, que as galerias (claramente simpáticas a
ele), permanecendo, respeitassem os oradores. Seria difícil controlar os mais
exaltados, mas era a tentativa mais adequada para o momento.
Renan manteve-se intransigente, tipo "palavra de rei não
volta atrás". A sessão também não voltou. O essencial, a apreciação de
vetos e o debate sobre o superávit primário e a LDO, além da votação do Projeto
que dá uma luz para os sacrificados aposentados da AERUS, não avança. Depois se
fala da inutilidade do Parlamento e alguns não sabem o porquê.
Agora o presidente acaba de decidir que a sessão só reabre às
10 horas de amanhã. Muita confusão e barulho para nada.