quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

Ministério Público estraga a “festa” das festas oficiais de Bom Jesus do Itabapoana

Ação Civil Pública denuncia prefeita, secretário interino de Industria, Comércio, Turismo e Cultura, procurador do município e três empresas do ramo de promoção de eventos e contratações de artistas

Em dezembro de 2014 este mesmo blog já havia noticiado em caráter extraoficial sobre esta denúncia proveniente de um inquérito instaurado pela Promotoria de Justiça de Tutela Coletiva, Núcleo Itaperuna no início de 2012, e o alvo do procedimento estaria nos supostos esquemas de superfaturamento de cachês artísticos e contratações de empresas para fornecer a estrutura de palco, som e iluminação dos eventos do calendário festivo do município.

E os reflexos administrativos desta ação por improbidade administrativa já percorrem no meio dos comerciantes desses eventos como barraqueiros e distribuidores de bebidas, no qual tive a oportunidade de conversar com um deles que está indignado e sem saber como irá manter seu sustento neste ano de 2015, pois o mesmo me informou que a prefeita teria anunciado que neste ano o município somente arcará com o palco das festas dos distritos.

Ele ainda salientou que a alegação para a não realização do Carnaval 2015 se dá por conta da arrecadação dos Royalties de petróleo teria caído em quinhentos mil reais neste ano, o que não condiz com a verdade dos fatos, haja visto que se verificarmos no blog do colega Jailton da Penha que observaremos que a queda não chegou a cem mil reais, cabendo ainda ressaltar que tais recursos não podem ser aplicados para eventos festivos.

Tanto tanto o carnaval como as festas dos distritos que sofrerão com o corte dos incentivos municipais, tem seu verdadeiro motivo localizado nos esquemas fraudulentos apurados pelo Ministério Público durante quase três anos de inquérito. Depois de gerir o calendário festivo do município com extrema irresponsabilidade o governo agora vai suspender todos os incentivos para os festejos dos distritos.

Ainda carece de confirmação oficial a possibilidade da justiça ter bloqueado os bens dos réus públicos, no caso a prefeita Branca Motta, o atual secretário de saúde Sávio S. da F. e o advogado público Márcio Nunes Rodrigues, este provavelmente entrou no hall dos personagens réus por conta dos pareceres jurídicos emitidos em processos licitatórios que viabilizaram os supostos esquemas apurados pelo MPRJ.


Obviamente que todos os réus terão o amplo direito ao contraditório, mas temos que considerar que o inquérito civil instaurado pelo Ministério Público foi em abril de 2012 e a denúncia somente foi ofertada em setembro de 2014, o que nos leva a mensurar que a Promotoria de Justiça de Tutela Coletiva apurou a fundo os indícios apontados na representação protocolada em novembro de 2011.

Uma das maiores fontes de desvios de recursos públicos estão nesses esquemas envolvendo eventos festivos oficiais dos municípios, e os esquemas se concentram sempre nas contratações de artistas por haver a possibilidade de dispensa de licitação, e geralmente os esquemas sempre se encontram em artistas contratados por agências e empresas de eventos terceirizados.

Desde 2011 que este blog vem noticiando os muitos casos suspeitos nos eventos e licitações para os mesmos, e agora temos a prefeita respondendo pela sétima ação por improbidade administrativa somente a partir de 2013.

O secretário interino de Industria, Comércio, Turismo e Cultura se encontra em sua segunda ação por improbidade administrativa, já está se tornando “veterano” no ramo (a primeira com nº 0000853-86.2014.8.19.0010 ainda não foi detectado o motivo), ele que gosta de se pronunciar na defesa do governo que faz parte, poderia relatar para seu séquito de bajuladores o que levou o Ministério Público a denuncia-lo em duas ações por improbidade administrativa.

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