Vereador Hamilton Borges narrou um caso dramático de uma
comunidade da região serrana de Bom Jesus do Itabapoana, segundo ele, próximo
da Barra do Pirapetinga
Ele já havia falado deste caso na sessão legislativa do dia
05 de fevereiro de 2015, no entanto no calor das discussões o fato passou
despercebido, e no programa "O legislativo e a Comunidade" na Rádio Bom
Jesus AM, ele narrou o drama com riquezas de detalhes.
A comunidade em tela é a de “São Benedito” que segundo ele
fica acima da Barra do Pirapetinga, lá existem aproximadamente VINTE E OITO
famílias que passam com sérias restrições de acesso a água tratada, o vereador
ainda detalhou que os moradores desta localidade estão tendo que buscar água em
outro local.
Diante deste drama, o nobre vereador foi até o SAAE em busca
de uma solução para o problema, no entanto os “técnicos” da autarquia informou
que não há como levar água até a comunidade de São Benedito, pois o custo de
uma bomba com a tubulação seria muito alto para o município.
Ele continuou em seu pronunciamento no rádio dizendo que
diante deste “grave” impasse a alternativa de consenso seria o decreto de
situação de emergência hídrica , para assim obter os recursos emergenciais para
construir “um poço artesiano”, para aí sim, o SAAE com este poço assumiria o
abastecimento levando as “caixas d’agua” para tratar a água para a comunidade
de São Benedito.
Esta narrativa vocês podem ouvir no aplicativo abaixo
Depois que ouvi e gravei o depoimento do jovem vereador de
quase 25 anos, fiquei pensando comigo mesmo que se eu conheço e frequento a
Barra do Pirapetinga há VINTE E NOVE ANOS, como pode eu não conhecer esta
comunidade de São Benedito tão perto da Barra?
E fui atrás de informações com os moradores antigos da Barra
sobre esta localidade, e a constatação que cheguei é surreal diante do fato de
termos um pronunciamento de um vereador gravado, pois esta comunidade de São
Benedito não existe.
Parece loucura mas é real, o vereador criou uma história
comovente de uma comunidade inexistente somente para justificar a publicação de
um decreto de emergência hídrica, e eu que pensava ter testemunhado toda sorte
de absurdo no meio político, o vereador da serra superou todas as polêmicas.
Ao que tudo indica, a situação vivida nas comunidades da
baixada bom-jesuense não está sendo suficiente para a turma do caos decretar a
seca fictícia, para tanto estão criando uma comunidade de vinte e oito famílias
para tão somente pegar o "cd" com a gravação deste pronunciamento para anexar no
processo fraudulento.
Se vocês observarem com atenção nesta gravação, em dado
momento o vereador informa que já procurou o Alex (diretor do departamento de
agricultura) para que a comunidade de São Benedito fosse inserida no processo
do decreto da seca.
O que deixou muito claro que as movimentações burocráticas para este decreto está tramitando a todo vapor.
O que deixou muito claro que as movimentações burocráticas para este decreto está tramitando a todo vapor.
Talvez por ser muito novo, o nobre vereador pode estar
vivendo uma história muito semelhante dos livros de contos da Editora Ática, ao
tentar localizar esta fictícia São Benedito com suas 28 famílias em seca, me
veio a mente o livro a “Montanha Encantada” que conta a história de um povo
duende que vivia no interior de uma montanha, e que algumas crianças entraram e
viveram uma aventura neste estranho universo
O governo no desespero em conseguir uma justificativa de
decretar a emergência hídrica mudou de estratégia, saiu de campo os patetas da
defesa civil, e entrou em cena os idiotizadores do parlamento, aqueles que vão
tão fundo na mentira que nos faz todos sentirem como idiotas financiadores da
farra pública.
Vejam como estamos no fundo do poço da moralidade pública, o
vereador que fatura R$ 7.000,00 de salário vai para o rádio, em um programa de
elevado custo e financiado pelos contribuintes para narrar uma história absurda
e mentirosa, desafio o vereador adestrado a nos mostrar onde fica exatamente
esta comunidade de São Benedito. Ele ainda tem que nos explicar como o SAAE irá
tratar desta água somente com um poço artesiano e as caixas d’água.
É uma afronta que o vereador no alto de sua dissimulação
registre nos anais da câmara e no programa oficial de rádio uma informação absurda,
e o mais absurdo ainda é que ele sugere a publicação do decreto da farsa
climática para construir um poço artesiano, como se construir um poço artesiano
fosse algo de muito complexo, mesmo se fossem dez poços artesianos, não se
justifica um decreto de emergência.