sábado, 7 de fevereiro de 2015

Mudança de estratégia na tentativa do decreto da seca

Vereador Hamilton Borges narrou um caso dramático de uma comunidade da região serrana de Bom Jesus do Itabapoana, segundo ele, próximo da Barra do Pirapetinga

Ele já havia falado deste caso na sessão legislativa do dia 05 de fevereiro de 2015, no entanto no calor das discussões o fato passou despercebido, e no programa "O legislativo e a Comunidade" na Rádio Bom Jesus AM, ele narrou o drama com riquezas de detalhes.

A comunidade em tela é a de “São Benedito” que segundo ele fica acima da Barra do Pirapetinga, lá existem aproximadamente VINTE E OITO famílias que passam com sérias restrições de acesso a água tratada, o vereador ainda detalhou que os moradores desta localidade estão tendo que buscar água em outro local.
Diante deste drama, o nobre vereador foi até o SAAE em busca de uma solução para o problema, no entanto os “técnicos” da autarquia informou que não há como levar água até a comunidade de São Benedito, pois o custo de uma bomba com a tubulação seria muito alto para o município.

Ele continuou em seu pronunciamento no rádio dizendo que diante deste “grave” impasse a alternativa de consenso seria o decreto de situação de emergência hídrica , para assim obter os recursos emergenciais para construir “um poço artesiano”, para aí sim, o SAAE com este poço assumiria o abastecimento levando as “caixas d’agua” para tratar a água para a comunidade de São Benedito.

Esta narrativa vocês podem ouvir no aplicativo abaixo 



Depois que ouvi e gravei o depoimento do jovem vereador de quase 25 anos, fiquei pensando comigo mesmo que se eu conheço e frequento a Barra do Pirapetinga há VINTE E NOVE ANOS, como pode eu não conhecer esta comunidade de São Benedito tão perto da Barra?

E fui atrás de informações com os moradores antigos da Barra sobre esta localidade, e a constatação que cheguei é surreal diante do fato de termos um pronunciamento de um vereador gravado, pois esta comunidade de São Benedito não existe.
Parece loucura mas é real, o vereador criou uma história comovente de uma comunidade inexistente somente para justificar a publicação de um decreto de emergência hídrica, e eu que pensava ter testemunhado toda sorte de absurdo no meio político, o vereador da serra superou todas as polêmicas.

Ao que tudo indica, a situação vivida nas comunidades da baixada bom-jesuense não está sendo suficiente para a turma do caos decretar a seca fictícia, para tanto estão criando uma comunidade de vinte e oito famílias para tão somente pegar o "cd" com a gravação deste pronunciamento para anexar no processo fraudulento.
Se vocês observarem com atenção nesta gravação, em dado momento o vereador informa que já procurou o Alex (diretor do departamento de agricultura) para que a comunidade de São Benedito fosse inserida no processo do decreto da seca. 
O que deixou muito claro que as movimentações burocráticas para este decreto está tramitando a todo vapor.

Talvez por ser muito novo, o nobre vereador pode estar vivendo uma história muito semelhante dos livros de contos da Editora Ática, ao tentar localizar esta fictícia São Benedito com suas 28 famílias em seca, me veio a mente o livro a “Montanha Encantada” que conta a história de um povo duende que vivia no interior de uma montanha, e que algumas crianças entraram e viveram uma aventura neste estranho universo

O governo no desespero em conseguir uma justificativa de decretar a emergência hídrica mudou de estratégia, saiu de campo os patetas da defesa civil, e entrou em cena os idiotizadores do parlamento, aqueles que vão tão fundo na mentira que nos faz todos sentirem como idiotas financiadores da farra pública.

Vejam como estamos no fundo do poço da moralidade pública, o vereador que fatura R$ 7.000,00 de salário vai para o rádio, em um programa de elevado custo e financiado pelos contribuintes para narrar uma história absurda e mentirosa, desafio o vereador adestrado a nos mostrar onde fica exatamente esta comunidade de São Benedito. Ele ainda tem que nos explicar como o SAAE irá tratar desta água somente com um poço artesiano e as caixas d’água.

É uma afronta que o vereador no alto de sua dissimulação registre nos anais da câmara e no programa oficial de rádio uma informação absurda, e o mais absurdo ainda é que ele sugere a publicação do decreto da farsa climática para construir um poço artesiano, como se construir um poço artesiano fosse algo de muito complexo, mesmo se fossem dez poços artesianos, não se justifica um decreto de emergência.