O presidente da Comissão Especial da Reforma Política,
Rodrigo Maia (DEM/RJ), acaba de decretar sua morte, cancelando de vez a reunião
marcada para votar o relatório Marcelo Castro (PMDB/PI), prevista inicialmente
para as 14 h, transferida para as 18 e agora definitivamente ‘desconvocada’.Trata-se de uma ofensa ao rito parlamentar e um absoluto
desrespeito aos seus integrantes.
Mais uma vez a vontade imperial do presidente
Eduardo Cunha, seguida servilmente por aliados, sobrepõe-se aos procedimentos
democráticos costumeiros. O objetivo é levar a votação dos temas diretamente ao
plenário.
Todo um trabalho de três meses, com audiências públicas,
seminários e ricos debates, foi jogado no lixo. Na Comissão, “explicam” que a extinção da Comissão foi
“decisão dos líderes”. O do PSOL seguramente não foi consultado e não
compactuaria com este golpe.
O que se pretende, na verdade, é fazer uma “contra-reforma” que assegure a
constitucionalização do financiamento empresarial dos partidos, tirando o
objeto do julgamento em curso no STF, e a consolidação do personalismo na
política, ao sabor dos grandes interesses corporativos, rejeitando-se de vez os
partidos, com o “distritão”. Detritão!
Chico Alencar, líder do PSOL na CD