quarta-feira, 2 de julho de 2014

Boletim Rivotril | Muito mais que um mandato em jogo

A novela jurídica/eleitoral que insiste em não terminar em Bom Jesus do Itabapoana tem muitos significados e interesses em jogo, para muitos trata-se apenas de uma mera disputa jurídica/eleitoral entre dois grupos políticos para assumir nossa prefeitura, para outros poucos tem significado mais abrangente e complexo que trouxe resultados extremamente negativos para o estado democrático de direito.

O que de fato está em jogo neste processo, é a credibilidade da própria justiça eleitoral, pois a cada semana que avança com o governo cassado no poder, a credibilidade se abala cada vez mais, a morosidade da justiça somente levanta suspeitas e proporciona toda sorte de prejuízos.

Entretanto o maior prejuízo ao estado democrático de direito neste processo que se arrasta está no total descredito de nossa sociedade com a justiça. 

Todos tem conhecimento dos crimes eleitorais cometidos pela coligação 15, todos sabem que ela foi cassada em primeira e segunda instância, e todos sabem que os embargos foram rejeitados na íntegra, mas infelizmente a maioria absoluta pensa que não haverá mudança de governo, a maioria acredita que nada mudará e que mais uma vez a impunidade prevalecerá.

Trata-se de um prejuízo democrático sem precedentes ver uma sociedade entregue aos vilões da política, nada mais nocivo para uma comunidade do que uma sociedade anestesiada e distante de seu governo, e é exatamente isso que ocorre em Bom Jesus do Itabapoana.
E infelizmente tenho que dar razão aos céticos, apesar que particularmente jamais deixarei de creditar na justiça, pois no dia em que abrirmos mão do poder judiciário significará que praticamente tudo está perdido.

E para dar um claro exemplo de que muita coisa suja acontece nos bastidores do Tribunal Regional Eleitoral, cito o caso do processo de cassação do prefeito de Paulo de Frontin, cidade do sul fluminense que teve seu julgamento de cassação realizado no dia 05 de maio de 2014, e na sessão de julgamento de segunda-feira, 30/06/2014 o mesmo processo já teve uma liminar negada pela presidência para aguardar o julgamento do mérito no TSE no governo, ou seja, o processo já está finalizado em segunda instância.

Vejam a diferença do tempo se comparado com nosso processo/novela, a prefeita e o vice foram cassados por unanimidade no dia 07 de abril de 2014, e até o dia 03 de julho de 2014 o resultado do julgamento dos embargos não estarão publicados.

São quase TRÊS MESES para finalizar um processo, que em Paulo de Frontin teve sua finalização em menos de dois meses, é ou não para suspeitar de articulações ardilosas na corte eleitoral do estado? Qual o preço pago nessas manobras? 
E quem está pagando esta amarga conta? 
Até que ponto vale a pena torrar uma fortuna com advogados para um emprego de R$ 15.000,00 brutos mensais, e muita responsabilidade nos ombros?

Esta notícia do processo de Paulo de Frontin com uma considerável diferença de tempo de tramitação apenas nos faz constatar com plena convicção que a sociedade bom-jesuense está refém das manobras espúrias do poder, em que para não perder uma prefeitura para o rival, a cúpula do poder no estado joga pesado para postergar ao máximo a finalização do processo e com isso torna mais que real termos uma sociedade inerte, desacreditada das instituições democráticas e refém de poucos que sugam os cofres públicos.

Diante deste cenário fica impossível convencer aos bom-jesuenses que a justiça funciona, fica impossível tentar conscientizar o eleitor a participar do processo eleitoral, pois o próprio tribunal regional eleitoral sustenta situações absurdas e nocivas como esta em Bom Jesus do Itabapoana.