A novela jurídica/eleitoral
que insiste em não terminar em Bom Jesus do Itabapoana tem muitos significados
e interesses em jogo, para muitos trata-se apenas de uma mera disputa jurídica/eleitoral
entre dois grupos políticos para assumir nossa prefeitura, para outros poucos
tem significado mais abrangente e complexo que trouxe resultados extremamente
negativos para o estado democrático de direito.
O que de fato está em jogo
neste processo, é a credibilidade da própria justiça eleitoral, pois a cada
semana que avança com o governo cassado no poder, a credibilidade se abala cada
vez mais, a morosidade da justiça somente levanta suspeitas e proporciona toda
sorte de prejuízos.
Entretanto o maior prejuízo
ao estado democrático de direito neste processo que se arrasta está no total
descredito de nossa sociedade com a justiça.
Todos tem conhecimento dos crimes
eleitorais cometidos pela coligação 15, todos sabem que ela foi cassada em
primeira e segunda instância, e todos sabem que os embargos foram rejeitados na
íntegra, mas infelizmente a maioria absoluta pensa que não haverá mudança de
governo, a maioria acredita que nada mudará e que mais uma vez a impunidade
prevalecerá.
Trata-se de um prejuízo
democrático sem precedentes ver uma sociedade entregue aos vilões da política,
nada mais nocivo para uma comunidade do que uma sociedade anestesiada e
distante de seu governo, e é exatamente isso que ocorre em Bom Jesus do
Itabapoana.
E infelizmente tenho que dar
razão aos céticos, apesar que particularmente jamais deixarei de creditar na
justiça, pois no dia em que abrirmos mão do poder judiciário significará que
praticamente tudo está perdido.
E para dar um claro exemplo
de que muita coisa suja acontece nos bastidores do Tribunal Regional Eleitoral,
cito o caso do processo de cassação do prefeito de Paulo de Frontin, cidade do
sul fluminense que teve seu julgamento de cassação realizado no dia 05 de
maio de 2014, e na sessão de julgamento de segunda-feira, 30/06/2014
o mesmo processo já teve uma liminar negada pela presidência para aguardar o
julgamento do mérito no TSE no governo, ou seja, o processo já está finalizado
em segunda instância.
Vejam a diferença do tempo se
comparado com nosso processo/novela, a prefeita e o vice foram cassados por
unanimidade no dia 07 de abril de 2014, e até o dia 03 de julho de 2014 o
resultado do julgamento dos embargos não estarão publicados.
São quase TRÊS MESES para
finalizar um processo, que em Paulo de Frontin teve sua finalização em menos de
dois meses, é ou não para suspeitar de articulações ardilosas na corte
eleitoral do estado? Qual o preço pago nessas manobras?
E quem está pagando
esta amarga conta?
Até que ponto vale a pena torrar uma fortuna com advogados
para um emprego de R$ 15.000,00 brutos mensais, e muita responsabilidade nos
ombros?
Esta notícia do processo de
Paulo de Frontin com uma considerável diferença de tempo de tramitação apenas
nos faz constatar com plena convicção que a sociedade bom-jesuense está refém
das manobras espúrias do poder, em que para não perder uma prefeitura para o
rival, a cúpula do poder no estado joga pesado para postergar ao máximo a
finalização do processo e com isso torna mais que real termos uma sociedade
inerte, desacreditada das instituições democráticas e refém de poucos que sugam
os cofres públicos.
Diante deste cenário fica
impossível convencer aos bom-jesuenses que a justiça funciona, fica impossível
tentar conscientizar o eleitor a participar do processo eleitoral, pois o
próprio tribunal regional eleitoral sustenta situações absurdas e nocivas como
esta em Bom Jesus do Itabapoana.