quarta-feira, 6 de agosto de 2014

Polêmica sindical | Interesses governistas em rota de colisão com direção do Sindserv-BJI

A contaminação da atmosfera política de Bom Jesus do Itabapoana extrapola os limites eleitorais, e agora invade a esfera sindical na gestão pública municipal. 

O processo de marginalização do sindicato instituído pelo grupo dependurado em uma liminar que estava estacionado, agora volta a ganhar força para que enfraqueça politicamente a atual direção do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais.

Desde 2010 que o sindicato se tornou em uma incômoda pedra no sapato da improbidade administrativa que paira na gestão pública municipal desde 2009, a independência e a intransigência do presidente Rogério Lima em defesa dos interesses dos servidores do quadro efetivo do município, fez com que o governo o alçasse a condição de “inimigo a ser abatido” do cenário político/administrativo do município.

E as movimentações na tentativa de enfraquecer a direção do sindicato começou logo no início de 2013 quando ocorreu uma substancial demanda de filiações de servidores explicitamente ligados ao governo, para que aumente o número de sindicalizados votantes contrários ao atual mandato.

E com a aproximação da eleição da nova gestão surge agora manifestações de servidores questionando o papel do sindicato perante ao quadro de desvalorização salarial dos servidores que chega aos 80%, como se fosse responsabilidade do sindicato em estabelecer ou não os devidos reajustes dos servidores públicos municipais.

No desenrolar das discussões do manifesto, teve outras pessoas que questionaram o que o sindicato faz de prático e efetivo atualmente, e posso desde já afirmar que desde 2011 que acompanho as ações do Sindserv-BJI e não tenho o menor receio em afirmar que os servidores públicos municipais contam com um sindicato atuante, independente e com diversos resultados expressivos, como o restabelecimento do abono permanente com os retroativos para mais de quinhentos servidores, o pagamento do vale transporte com os retroativos para dezenas de servidores. 
Vale ressaltar também que na defesa dos mesmos servidores em articular com a câmara a derrubada por duas ocasiões da regime próprio de previdência tentada pelo governo.

Eu poderia ficar por vários dias digitando acerca das ações positivas do Sindiserv-BJI, mas prefiro aconselhar que os servidores sindicalizados ou não visitem a sede do sindicato e acompanhem de perto os trabalhos desta instituição. 
Também vale lembrar que esta mesma direção do sindicato foi questionada em 2011 no Ministério Público sobre a aplicação dos recursos repassados, e a Promotoria de Justiça de Tutela Coletiva não encontrou absolutamente nada de irregular nas contas apresentadas entre 2006 e 2013 determinando o arquivamento da representação protocolada.

Cabe salientar também que o presidente do sindicato não tem a menor dificuldade em estabelecer um canal de entendimento pelo diálogo com o governo, bastando lembrarmos que em 2013 o governo, vereadores e sindicato se reuniram por TRÊS VEZES seguidas e chegaram a um acordo consensual que concederia 7,2% de reajuste salarial, e elevaria o cartão alimentação para R$ 200,00, tudo isso consignado em ata.
Os vereadores da base governista chegaram a festejar tal fato no rádio e quando o governo enviou o projeto para a câmara o mesmo oferecia apenas 5% de reajuste salarial, e absolutamente nada no cartão alimentação. 
Pergunto quem é intransigente e não cumpre com a palavra?

Ainda cabe questionar a coerência da servidora que informou em seu comentário que ela paga em dia suas contribuições sindicais e que jamais foi convidada para qualquer reunião para discutir a questão salarial dos servidores. 

Esta mesma servidora até setembro de 2011 era filiada no PT-BJI, depois rompeu com seu partido por questões de desentendimento político com o presidente do mesmo.
No mesmo mês de setembro se filiou ao PMDB, ganhou uma homenagem ao seu pai na inauguração de reforma de uma quadra de esportes que atualmente está abandonada, e teve seu cargo comissionado mantido ao longo de 2012.

Pois bem, em 2012 quando o processo jurídico do abono permanente ainda tramitava na justiça do trabalho, o governo na tentativa de vencer o embate na justiça adotou uma nova versão de assinatura de folha de ponto, no qual o servidor era induzido a cumprir uma hora de almoço a mais para que não se chegasse às 44 horas semanais, o que comprometeria ao direito de pagamento do abono.

E o presidente do sindicato percorreu todos os setores que tiveram tal medida para orientar aos servidores a maneira que deveria se proceder para que eles não perdessem seus direitos, e esta mesma servidora indignada com a perda salarial de 80% impediu o presidente do sindicato de adentrar a repartição no qual ela chefiava, defendendo explicitamente os interesses deste mesmo governo que a retirou desta chefia, e agora a faz amargurar a perda salarial de 80%.

Os fatores que proporciona esta absurda defasagem salarial dos servidores públicos municipais será tema de outras publicações tamanha a complexidade do mesmo, mas de uma coisa posso garantir a todos, o Sindicato dos Servidores Públicos Municipais somente tem lutado para reverter este quadro. 
Os desvios de recursos públicos denunciados pelo vereador Ricardo Aguiar e as contratações irregulares e desregradas realizadas pelo governo a partir de abril de 2013 é que são os fatores centrais da impossibilidade de se valorizar os servidores.