quinta-feira, 9 de outubro de 2014

Eleições 2014 | A primeira encruzilhada de Bittencourt

A política é um terreno instável no qual o preceito coerência anda distante de muitas almas públicas com as inesperadas mudanças de cenário eleitoral, e o recém eleito deputado estadual Jair Bittencourt, muito antes de ser diplomado e empossado já se encontra em uma encruzilhada que pode resultar em uma turbulenta novela jurídica/partidária.

Como todos sabem ele se elegeu pelo Partido da República sob as bênçãos do líder Garotinho na consolidação da dobradinha Feijó/Jair que vem sendo costurada desde meados de 2013, e justamente nesta época que tivemos a primeira polêmica envolvendo a dupla quando esta selou apoio do governista Sérgio Crizóstomo.

Logo assim que se concluiu a apuração dos votos no domingo passado e com as confirmações de sua vitória e da derrota de Garotinho, Bittencourt teria se pronunciado no segundo turno apoiaria o governador Pezão, mesmo com o presidente do partido tendo oficiado que o PR selaria o apoio a Crivella.

A notícia circulou como um raio e chegou ao conhecimento de Garotinho que tratou logo de emitir uma nota em nome do partido alertando que a orientação é pelo apoio irrestrito a Crivella e que qualquer filiado que insistir em desobedecer esta orientação poderá ser submetido a um processo de infidelidade partidária.

Com a areação do cacique republicano, Bittencourt teria publicado um comunicado em sua página no Facebook retificando sua posição em obediência à orientação do partido, no entanto ao procurar tal nota de esclarecimento não obtive êxito.

E na tarde desta quinta-feira ocorreu uma reunião em Itaperuna liderada pelo ex-prefeito Péricles Olivier de Paulo com quase todos os prefeitos da região noroeste, e o teor desta reunião foi para selar o apoio em massa dos prefeitos e lideranças regionais a Pezão.

Perguntado sobre a posição de Bittencourt, Péricles de Paula teria afirmado categoricamente que Bittencourt irá apoiar o peemedebista no segundo turno que foi seu grupo que o ajudou a eleger e que isso não será negociado. Esses fatos foram confirmados por Celso Rezende na tribuna legislativa na sessão ordinária desta quinta-feira (10/10).

A situação é conflitante para o deputado de primeira viagem que se aliou ao gato e o rato para se eleger e agora pode se ver envolvido em um processo de infidelidade partidária, correndo o risco inclusive de ser expulso de partido e perdendo o mandato antes mesmo de ser empossado.