A política é um terreno
instável no qual o preceito coerência anda distante de muitas almas públicas
com as inesperadas mudanças de cenário eleitoral, e o recém eleito deputado
estadual Jair Bittencourt, muito antes de ser diplomado e empossado já se
encontra em uma encruzilhada que pode resultar em uma turbulenta novela
jurídica/partidária.
Como todos sabem ele se elegeu
pelo Partido da República sob as bênçãos do líder Garotinho na consolidação da
dobradinha Feijó/Jair que vem sendo costurada desde meados de 2013, e
justamente nesta época que tivemos a primeira polêmica envolvendo a dupla
quando esta selou apoio do governista Sérgio Crizóstomo.
Logo assim que se concluiu a
apuração dos votos no domingo passado e com as confirmações de sua vitória e da
derrota de Garotinho, Bittencourt teria se pronunciado no segundo turno
apoiaria o governador Pezão, mesmo com o presidente do partido tendo oficiado
que o PR selaria o apoio a Crivella.
A notícia circulou como um raio
e chegou ao conhecimento de Garotinho que tratou logo de emitir uma nota em
nome do partido alertando que a orientação é pelo apoio irrestrito a Crivella e
que qualquer filiado que insistir em desobedecer esta orientação poderá ser
submetido a um processo de infidelidade partidária.
Com a areação do cacique
republicano, Bittencourt teria publicado um comunicado em sua página no
Facebook retificando sua posição em obediência à orientação do partido, no
entanto ao procurar tal nota de esclarecimento não obtive êxito.
E na tarde desta quinta-feira
ocorreu uma reunião em Itaperuna liderada pelo ex-prefeito Péricles Olivier de
Paulo com quase todos os prefeitos da região noroeste, e o teor desta reunião foi
para selar o apoio em massa dos prefeitos e lideranças regionais a Pezão.
Perguntado sobre a posição de
Bittencourt, Péricles de Paula teria afirmado categoricamente que Bittencourt
irá apoiar o peemedebista no segundo turno que foi seu grupo que o ajudou a
eleger e que isso não será negociado. Esses fatos foram confirmados por Celso Rezende na tribuna legislativa na sessão ordinária desta quinta-feira (10/10).
A situação é conflitante para o
deputado de primeira viagem que se aliou ao gato e o rato para se eleger e
agora pode se ver envolvido em um processo de infidelidade partidária, correndo
o risco inclusive de ser expulso de partido e perdendo o mandato antes mesmo de ser empossado.