Crescimento desordenado aliado à cultura da corrupção do
setor público contribui decisivamente para o agravamento do quadro
Nas décadas de oitenta e de noventa a encosta do bairro
Belvedere (morro da AABB) na Avenida Governador Roberto Silveira (em frente ao C.E.
Padre Mello) era um problema crônico de sedimentação com um insistente processo
de perda de solo, fruto das construções em andamento que haviam no alto do
morro e que por muitas vezes o corte de terra era muito além do permitido por
lei, sem contar que sequer existiam leis específicas para tal prática.
Foi quando na década de noventa ocorreu um grave
desmoronamento de terra que por muito pouco não soterrou os funcionários de uma
oficina que funcionava na base da encosta do citado morro, foi então que o
poder público tomou as providências cabíveis providenciando a construção de
três grandes muros de contensão na base do bairro Belvedere.
Era uma época em que a própria prefeitura que executava todas
as obras públicas, ainda não vivíamos a era das empreiteiras de fundo de
quintal como as que sugam milhões dos cofres públicos todos os anos, e o
principal, era uma época em que os gestores públicos eram de fato comprometidos
com o bem estar de todos e com poucas palavras e muita atitude vivíamos em uma
cidade muito mais viável do que se encontra atualmente.
Ainda nesta mesma época a prefeitura ainda construiu outras
duas grandes obras de prevenção de desastres climáticos, sendo elas a barragem
do bairro Santa Rosa e a grande galeria pluvial construída na subida do morro
da Caixa D’agua, sem contar que no mesmo período mais de DUZENTAS ruas foram
calçadas e pavimentadas em todo o município.
Essas grandes e necessárias intervenções públicas demonstra
de maneira inequívoca que os agentes públicos desta época eram rigorosos com a
fiscalização de postura e se preocupavam com o ordenamento urbano do município.
E a maior constatação da cretinice pública e irresponsável
que vive Bom Jesus do Itabapoana atualmente é o fato de que mesmo com o atual
governo ter assumido a prefeitura sob a maior enchente da história, este mesmo
governo não fez absolutamente nada no que tange a políticas públicas de
prevenção de desastres climáticos.
E desde 2009 que diversos pontos periféricos da cidade vêm se
tornando problemas de solução cada vez mais difícil com risco real de
desmoronamento de encostas no Monte Calvário, Santa Rosa e bairro Novo na rua
Roney Carrereth Alves, e mesmo com todos os alertas e protestos veiculados não
foram suficientes para estimular o poder público a agir em defesa de centenas
de vidas que vivem em risco.
A cultura da corrupção estabelece que na temporada
primavera/verão o principal “módus operandi” para se desviar recursos púbicos
se encontra nos perversos decretos de situação de emergência e calamidade, os
corruptos do poder ficam salivando na ânsia da chegada dos grandes temporais
para na primeira residência invadida pela enxurrada ser o suficiente para
alimentar os “Avadan’s” da sordidez que pavimentam muitos desses decretos
fraudulentos.
E em Bom Jesus do Itabapoana esta modalidade de corrupção tem
sido constantemente combatida desde o absurdo decreto de situação de emergência
1.107 de fevereiro de 2012, desde então que as hienas da “mutreta civil” vêm
tendo muitos problemas para forjar essas calamidades espúrias do poder.
E lamentavelmente o atual governo é um notório adepto desta perversa cultura de proporcionar o caos urbano para viabilizar seus decretos sórdidos que viabilizam a roubalheira pública as custas da tragédia dos que vivem em situação de risco, essa é a realidade e a mentalidade dos irresponsáveis que estão à frente do poder executivo com o total consentimento dos vereadores da base governista.
E neste fim de ano não será diferente, o poder executivo
ignorou todos os alertas e manifestos sobre todas as situações que oferecem perigo
de desmoronamento e absolutamente nada foi planejado, pensado ou debatido para
pôr em prática ações preventivas que tragam resultados efetivos.