terça-feira, 25 de novembro de 2014

Ministério Público faz devassa nos contratos das festas oficiais de Bom Jesus do Itabapoana

Tudo se iniciou em agosto de 2011, era véspera da Festa de Agosto daquele ano, e a comissão permanente de licitações promoveria na manhã do dia 11 o pregão presencial para contratação de empresa especializada para fornecer som e iluminação para os eventos do calendário festivo oficial do município.

E um escandaloso detalhe despertou a atenção quando a relação dos eventos a serem licitados constavam seis festas que já haviam sido realizadas entre os meses de março e julho de 2011, como então a empresa vencedora do certame iria fornecer som e iluminação para eventos já realizados? 
E com esta situação o certame foi suspenso e não mais reagendado em 2011, e esta pergunta de difícil resposta foi parar na Promotoria de Justiça de Tutela Coletiva em Itaperuna.

E depois de concluído o procedimento preparatório no MPRJ o caso se tornou no Inquérito Civil 117/2012 que promoveu uma devassa nos contratos estabelecidos entre município e algumas empresas de agenciamento de artistas musicais, e segundo me informou um influente membro da cúpula governista, este IC 117/2012 se transformou em uma pesada ação Civil Pública com a denúncia de superfaturamento de cachês artísticos entre os anos de 2011 e 2012.

O inquérito também apurou as contratações das empresas de sonorização e iluminação em diversos eventos ocorridos entre os anos de 2011 e 2012, fazendo ou não parte do calendário oficial do município.

Segundo já antecipado em publicação recente a Ação Civil Pública por Improbidade Administrativa denunciada pelo Ministério Público teria como réus a prefeita, o atual secretário de saúde, um dos procuradores do município e três empresas do ramo, sendo que uma delas de Bom Jesus do Itabapoana.

E mesmo com o MPRJ denunciando o esquema, a contratações suspeitas ainda ocorreram em 2013, cabendo registrar a discrepância encontrada nos pagamentos de eventos realizados em 2013 e 2014, como exemplo cito a contratação feita pela mesma secretaria para o show do grupo musical religioso denominado "Adoração e Vida" com o custo de R$ 50.000,00 provenientes dos Royalties de Petróleo, este show foi para o evento promovido pela igreja católica denominado como o Bote Fé no qual ficou marcado pela passagem da "Cruz Peregrina" pela cidade no mês de maio de 2013.

O que causa estranheza está na contratação do renomado grupo "14 Bis" como a principal atração da Festa de Agosto de 2014, realizando um memorável show na Praça Governador Portela no dia 16 de agosto de 2014 por módicos R$ 20.000,00 conforme consta no emprenho nº 1.285.

Como pode o cachê do grupo Adoração e Fé ser mais que o dobro do grupo 14 Bis? Lembrando ainda que a contratação do primeiro foi para um evento que não faz parte do calendário oficial do município. Existem duas diferenças indiciosas nesses empenhos, bastando observar que o emprenho pago no valor de R$ 50.000,00 o município teve uma empresa intermediária e com o pagamento em três parcelas, uma no dia 07 de maio e as demais no dia 14 de maio.
No empenho de valor de R$ 20.000,00 o município negociou diretamente com o artista, sem intermediários e com pagamento somente em uma parcela.

 

Com a palavra, as partes!