Brasil x Cuba sem a manipulação hipócrita da informação

Desde quando começaram os debates políticos para a sucessão presidencial ainda em 2013 que a opinião conservadora inseriu as mazelas cubanas como tema quase que central nos debates levantados nas redes sociais, muito se ouviu o alerta de que o Brasil iria se transformar em uma ”Cuba” de proporções continentais, que Cuba é um país miserável etc.

E os principais argumentos contra o regime cubano sempre recai sobre o autoritarismo que durante décadas prende e executa opositores dos irmãos Castro, também muito se propagou sobre os cubanos que fogem da Havana para Miami ou os atletas que deserdaram suas delegações em competições olímpicas.

Ocorre que o sistema de informações do Brasil sob o monopólio de algumas famílias conservadores e extremamente capitalistas se esquecem de informar que em Cuba a mortalidade infantil é zero, que não existe crianças abandonadas nas ruas, não existe fome, corrupção política e a criminalidade fora de controle conforme temos no Brasil.

A mesma mídia manipuladora das massas se esquece de comparar com o Brasil o desempenho cubano em jogos olímpicos ou pan-americanos, onde mesmo com toda “miséria” e "atraso" os cubanos sempre figuraram entre as grandes potências olímpicas, assim como o analfabetismo lá é zero também, todas as crianças cubanas estão em excelentes escolas públicas.

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A medicina cubana sempre foi muito à frente do resto do planeta, a título de recordação o sistema de atenção básica de saúde, também conhecido como Programa de Saúde da Família foi inteiramente desenvolvido em Cuba e o primeiro gestor brasileiro a adotar este sistema foi Jorge Roberto Silveira na prefeitura de Niterói no final dos anos oitenta ou no início dos anos noventa depois de retornar de uma visita a Cuba. 
Importante ressaltar que até hoje Cuba ainda é o único país do mundo que domina por completo a cura do vitiligo.

E os mesmos tucanos que tanto depreciaram e demonizaram Cuba durante essas eleições, quando estavam no governo se curvaram ao programa de atenção básica de saúde cubano e o adotou em todo o país sendo até hoje referência de saúde preventiva. 
Recentemente a medicina sanitária de Cuba deu mais uma demonstração de sua eficiência ao conter a propagação do vírus ebola nos EUA, quanta ironia, os cubanos que sofrem com o embargo econômico dos norte-americanos foram os responsáveis de salvar os mesmos de uma epidemia de ebola que se previa por lá, além do envio de 256 especialistas cubanos para combater o ebola no continente africano.

Muito se oportuna nos casos de atletas cubanos que abandonam suas delegações em jogos olímpicos em busca de um mundo livre e capitalista, porém temos que lembrar que ícones esportivos mundiais de Cuba como Teófilo Stvenson (Tri-campeão olímpico de boxe dos pesos pesados) e Javier Soto Maior (maior recordista de salto em altura até os dias atuais) jamais se renderam às tentações do capital financeiro.

Teofilo Stevenson por diversas vezes foi assediado por empresários do boxe norte americano para o que seria a luta do século contra Cassius Clay (Mohammed Ali), e por diversas vezes Stevenson recusou milhões de dólares para se profissionalizar, o mesmo ocorreu com Soto Maior também por diversas vezes.

A mesma mídia porém não se atentou que a seleção brasileira de futebol que disputou a Copa 2014 tinha quase metade dos titulares jogadores que sequer jogaram no Brasil, são originários de famílias pobres e sem perspectiva de vida que fugiram do Brasil para construir suas carreiras no exterior, isso mesmo, eles fugiram da fome, da miséria, da falta de saúde e educação de qualidade, e principalmente da violência de das drogas. Sim meus caros, o Brasil é muito mais hostil para os brasileiros do que Cuba para os cubanos.

Sobre os jornalistas que são presos e mortos pelo regime cubano, lamento em informar que no Brasil a tão propagada liberdade de expressão é atacada de maneira violenta pela classe política, façam um levantamento de quantos jornalistas e blogueiros investigativos políticos foram mortos ou perseguidos nos últimos cinco nos.

Os críticos do regime cubano também sempre fazem referência ao atraso tecnológico vivido em Cuba principalmente no que tange o mercado automobilístico, os carros de lá são os mesmos das décadas de 50 e 60 e os mesmos vem sendo reformados e adaptados pelos cubanos ao longo de décadas, sob nossa ótica consumista e capitalista causa estranheza e desconforto em observarmos o fato de um país contar somente com veículos de no mínimo com 40 anos de uso.

Porém os cubanos são totalmente adaptados e esta realidade e isso em hipótese alguma causa qualquer constrangimento ou qualquer outra sensação negativa neles, se vamos avaliar um determinado país, temos que analisar sob o ponto de vista da satisfação dos cidadãos que vivem neste país, dentro do contexto cultural deles.

Já no Brasil tivemos no início dos anos noventa a abertura do mercado automobilístico no qual Fernando Collor havia descoberto que o brasileiro andava em verdadeiras “carroças”, é inegável os muitos benefícios que a abertura deste mercado trouxe, entretanto temos que levar em consideração que a precariedade de nossas rodovias aliado ao comportamento selvagem do brasileiro no volante em sua maioria, a mortes geradas pela violência no trânsito nos obriga a refletir que esta vantagem que temos sobre os cubanos mata mais do que qualquer guerra que tenha-se registro histórico.

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Até aqueles críticos que sempre associava os êxitos cubanos acima citados ao financiamento do regime soviético não contam mais com este argumento, mesmo depois de trinta anos do fim da União Soviética Cuba permaneceu o mesmo padrão, sem contar que o atual presidente, Raul Castro, tem promovido uma importante abertura política e hoje o regime cubano está bem mais brando que em tempos passados.

Finalizando, recomendo aos que sempre satanizam o regime político socialista que procurem conhecer melhor como estão Chile e Uruguai, países com governos socialistas que foram tão bem avaliados que o eleitor chileno reconduziu Michelle Bachelet de volta ao poder depois de quatro anos de regime capitalista, e os uruguaios elegeram com ampla maioria de votos o socialista Tabaré Vasquez que foi apoiado pelo também socialista José Mojica, que depois de cinco anos na presidência se elegeu com votação histórica para o senado.