domingo, 16 de agosto de 2015

Desmitificando Bolsonaro para depois não haver decepção

Nada é capaz de estar tão ruim que não possa piorar, com esta frase começamos a levantar um necessário debate sobre a cultura do brasileiro em mitificar personagens políticos, endeusando pessoas em vez de entender como funcionam as INSTITUIÇÕES políticas, no caso em tela os partidos. 
O personagem mitificado desta publicação é o deputado federal pelo PP-RJ, Jair Bolsonaro, aquele que faz muita gente que se acha lúcida acreditar que ele não se beneficiou da corrupção da Lava Jato.

Sua campanha foi diretamente beneficiada pelo escândalo do Petrolão

Como todos sabem, ou deveriam saber, dos partidos envolvidos nos esquemas de corrupção na Operação Lava Jato o PP de Bolsonaro foi o que mais recebeu dinheiro sujo das empreiteiras denunciadas pela justiça federal do Estado do Paraná, e logo assim que este dado veio a tona, o senhor Bolsonaro para continuar enganando seus eleitores com sua postura de “senhor honestidade”, se pronunciou de imediato afirmando que sua candidatura não recebeu doações de nenhuma empresa investigada, como se sua campanha fosse financiada somente com o que chega na conta de sua candidatura pessoal.

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Não é bem assim! Os recursos que o deputado Bolsonaro recebeu em sua conta pessoal de campanha financiou somente os gastos pontuais de sua campanha, como material gráfico somente com a publicidade dele, contratação de cabos eleitorais em redutos estratégicos, combustíveis, carros de som.

Os maiores gastos de qualquer campanha eleitoral de grande porte como a dele, estão na produção de vídeos e áudios para as inserções eleitorais na TV e no rádio, juntamente o material publicitário de grande porte como placas, plotagens, impressos com as candidaturas ao senado e governo do estado são exclusivamente financiados pelo diretório estadual do partido, e este se fartou com o dinheiro sujo da Lava Jato, chegando assim a conclusão que sua eleição foi diretamente beneficiada com dinheiro sujo do “Petrolão”.

Se o nobre Jair Bolsonaro fosse um político honesto e de princípios, ele sairia do partido tão logo viesse à tona que o PP-RJ fora flagrado como o maior beneficiado de um dos maiores escândalos de corrupção da história do País, mas seu comodismo e conivência com os ilícitos de seu partido, faz de sua honestidade meramente de casuística. 
Acreditaria nele, o honesto Bolsonaro se ele saísse do partido e encarasse uma eleição sem se atrelar ao sistema, como Chico Alencar que também é um campeão de votos e não se coliga com partido algum e nem recebe dinheiro sujo de qualquer esquema de corrupção que for.

A "contrapartida" da votação recorde do deputado

Cabe alertar aos nobres admiradores do “honesto” Jair Bolsonaro, que sua votação recorde que superou os 460.000 votos não deveria ser motivo de orgulho, e sim de reflexão para o brasileiro que não tem pleno conhecimento das regras do sistema eleitoral brasileiro, bastando verificarmos que esta absurda votação reacionária e insana contribuiu decisivamente para as eleições de outros dois deputados que não tiveram votação suficiente para se elegerem sem os votos da legenda, Simão Sessim e Júlio Lopes.

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O primeiro nasceu politicamente no berço da contravenção nos domínios jogo do bicho, ficando o surreal paradoxo do militar-honesto-defensor-da-lei-e-da-ordem Jair Bolsonaro ter ofertado seus votos excedentes para o Parla-do-bicho e assim contribuído decisivamente para eleger um representante do crime organizado que não teve 50 mil votos.

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O segundo beneficiado com os votos excedentes do honesto-Bolsonaro foi secretário de transportes no governo Sérgio Cabral, que contribuiu decisivamente no sucateamento do transporte público, nos esquemas das empreiteiras concessionárias, e no lobby para o escritório de advocacia da esposa do Cabral se constituir como representante jurídico das concessionárias de transportes públicos do estado.

Guardada as devidas proporções (mais precisamente no número de votos), o deputado Jair Bolsonaro prestou no Estado do Rio de Janeiro o mesmo papel que presta o Tiririca em São Paulo, onde centenas de milhares votaram nele em protesto sem saber quem está se elegendo de carona com esses votos.

Atuação parlamentar

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Com 25 anos de Câmara dos Deputados, o produtivo-Bolsonaro teve somente um projeto de lei provado de sua autoria, o inútil projeto que obriga a urna eletrônica a imprimir o voto, como se fosse plenamente garantido que se houver uma urna com sistema adulterado, será a impressão oriunda do próprio sistema fraudado que garantirá a lisura, pois mesmo se o eleitor conferir e confirmar o voto digitado com o que foi impresso, esses comprovantes ficarão de posse com as mesmas pessoas que poderiam fraudar as urnas.

Sobre o debate da urna eletrônica, a conclusão que o brasileiro deve chegar é que não há sistema de votação em um país com as dimensões do Brasil que esteja imune a fraude, os desvios seja qual natureza for são praticados devido a total omissão do cidadão na rotina política de sua cidade, a partir do momento que você se negligencia de participar da vida política de sua comunidade, onde você vive, como então teremos cultura de cidadania suficiente para participar do processo como um todo no País?
Enquanto o brasileiro se manter indiferente com o cotidiano político, fiscalizando principalmente, não haverá sistema eleitoral cem por cento seguro de fraudes.

Sobre o fato do produtivo-Bolsonaro ter apenas um projeto aprovado em 25 anos de carreira, ala alega que sofre preconceito, o que demonstra que ele é quase uma unanimidade, ele sofreu preconceito nos governos Collor, Itamar, FHC, Lula e Dilma, o país viveu sob todos os seguimentos ideológicos neste período e ele sofrendo “preconceito” de todos eles.

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Ainda sobre sua atuação parlamentar, em 2015 tivemos um barulhento embate entre ele e a deputada petista, Maria do Rosário, sobre sua declaração de que não a estupraria por que ela não merece.

Muito pior do que esta declaração contra a deputada petista, foi a entrevista que ele concedeu a uma rádio gaúcha defendo que as mulheres deveriam receber menor por engravidar, isso mesmo, ele defende que um homem receba R$ 2.000,00 por determinado serviço e uma mulher receba R$ 1.500,00 pela mesma função e carga horária, alegando que se a “dona Maria” não estiver satisfeita que procure outro emprego, sintetizando explicitamente sua visão sobre “livre iniciativa”.



Finalizando, manifesto que apenas dediquei tempo e esforço para pesquisar e estruturar este texto sobre este deputado farsante, tendo em vista que muitas pessoas com potencial capacidade de formar opinião defendem este personagem lamentável de nossa história política como se ele fosse a solução para todos os problemas da nação, e não é bem assim. Ele é muito pior do que vocês imaginam.