segunda-feira, 14 de setembro de 2015

Bob Fernandes | Derrubar a Dilma, "ouvir o Lula na PF" e ... silenciar sobre a oposição

Cresce o cerco dos que querem o impeachment de Dilma. Ainda falta coesão entre os que disputam o Poder. E clareza sobre os riscos da operação.

Riscos internos e externos. Internos porque, passado o down e a perplexidade virá a realidade: a conta gigantesca, e o contra-ataque dos quem tem pressa e fome.
Risco externo porque derrubar presidente é ato seríssimo. Mancha quem cai, mas pode manchar para sempre quem, mesmo com a mão do gato, derruba ou se associa à derrubada.
Se não for um impeachment ação estritamente legal, aos olhos da História e do mundo será altíssimo o custo de voltar a portar-se como republiqueta de bananas e golpes.

A cada mês tem mudado o motivo para pedir o impeachment. Do motivo "moral", a corrupção, à óbvia incompetência e mediocridade em ações do governo.

A "moralidade" é caolha, de ocasião. Nunca persistiu na investigação a megaescândalos da oposição. Silencia, esconde ou encolhe delações e acusações contra líderes da oposição.
"Mensalões". O do PT, por exemplo, está nas manchetes há 10 anos, e deu cadeia. O do PSDB, sob o manto do silêncio, dorme numa gaveta em Minas.

"Zelotes" e "Contas Secretas do HSBC" são escândalos do agora. De megaempresas e milionários, escândalos estimados em R$ 38 bilhões.
Investigações? Manchetes? Panelas? Indignação moral? Não. Silêncio.
No Metrô de São Paulo, em governos do PSDB, roubaram R$ 1 bilhão.
A última Notícia? Não há acusação contra altos executivos da CPTM, ou dos governos tucanos... Esse bilhão deve ter sido coisa do maquinista, ou da bilheteira.

O impeachment depende de Eduardo Cunha, para quem o procurador pede 184 anos de prisão e a devolução de US$ 40 milhões. Há dias, a Câmara de Cunha aprovou a ocultação das doações de campanha.

"Delegado da Polícia Federal quer ouvir Lula". Segundo o próprio delegado "não existem provas contra Lula". Mas isso garantiu manchetes desmoralizantes para o fim de semana.
Manchete dessa segunda, 14: PSDB já discute sua participação no eventual governo Temer.

Imposta a hegemonia na narrativa midiática para multidões, se tenta intimidar quem ouse questionar tanta moralidade caolha, tanto silêncio e tanta bandeira.