As Forças Armadas, sob o
comando do General Augusto Pinochet e o estímulo e cooperação do Governo dos
Estados Unidos, bombardearam e invadiram o Palacio de la Moneda, sede da
Presidência, dando um golpe no governo democrático e socialista da Unidade
Popular. Implantaram a ditadura do terror, que assassinou cerca de 3 mil
pessoas, torturou 40 mil e exilou centenas de milhares.
O Presidente da República,
Salvador Allende, não renunciou nem se entregou. Defendeu, até o último
momento, o mandato democrático que o povo chileno lhe conferiu.
Em seu último
discurso, transmitido pelo rádio desde o palácio presidencial onde resistia,
nas suas últimas horas de vida, expressou sua convicção de que o seu sacrifício
não seria em vão, e anunciou:
Sigam sabendo vocês que, muito mais cedo do que
tarde, de novo se abrirão as grandes alamedas por onde passe o homem livre,
para construir uma sociedade melhor". Rafael Alberti, grande poeta
andaluz, escreveu no dia seguinte: "Ontem, no Chile, morreu um homem/Hoje
mesmo, milhares de outros jáse levantam/ A morte não acaba nada!
Para honrar a memória de
Salvador Allende, Victor Jara, Pablo Neruda e tantas e tantos outros que
tombaram na batalha chilena pela construção de uma sociedade justa e digna, é
preciso também levar adiante, aqui e agora, a sua luta pela democracia
participativa e pelo socialismo.
É isso o que têm nos ensinado
as jovens e os jovens chilenos: Allende vive! Nossos sonhos não envelhecem.