sexta-feira, 11 de setembro de 2015

Em 11 de setembro de 1973, o Chile amanhecia em trevas – Por Chico Alencar

As Forças Armadas, sob o comando do General Augusto Pinochet e o estímulo e cooperação do Governo dos Estados Unidos, bombardearam e invadiram o Palacio de la Moneda, sede da Presidência, dando um golpe no governo democrático e socialista da Unidade Popular. Implantaram a ditadura do terror, que assassinou cerca de 3 mil pessoas, torturou 40 mil e exilou centenas de milhares.

O Presidente da República, Salvador Allende, não renunciou nem se entregou. Defendeu, até o último momento, o mandato democrático que o povo chileno lhe conferiu.

Em seu último discurso, transmitido pelo rádio desde o palácio presidencial onde resistia, nas suas últimas horas de vida, expressou sua convicção de que o seu sacrifício não seria em vão, e anunciou: 

Sigam sabendo vocês que, muito mais cedo do que tarde, de novo se abrirão as grandes alamedas por onde passe o homem livre, para construir uma sociedade melhor". Rafael Alberti, grande poeta andaluz, escreveu no dia seguinte: "Ontem, no Chile, morreu um homem/Hoje mesmo, milhares de outros jáse levantam/ A morte não acaba nada!

Para honrar a memória de Salvador Allende, Victor Jara, Pablo Neruda e tantas e tantos outros que tombaram na batalha chilena pela construção de uma sociedade justa e digna, é preciso também levar adiante, aqui e agora, a sua luta pela democracia participativa e pelo socialismo.

É isso o que têm nos ensinado as jovens e os jovens chilenos: Allende vive! Nossos sonhos não envelhecem.