quarta-feira, 30 de setembro de 2015

O terrorismo publicitário e a contradição anunciada

O secretário de saúde fez duas publicações sobre saúde pública em sua página pessoal no Facebook, primeiro ele tem tom de cinema-catástrofe anunciou que viu a notícia do fim do programa Farmácia Popular do governo federal, e criticou a substituição política no Ministério da Saúde, como tal negociação não fosse por chantagem do PMDB a qual ele é filiado.


Ele no texto condena as ações judiciais no sistema de saúde, só que ele se esqueceu que este mesmo governo que ele faz parte instalou um dos mais escandalosos esquemas de corrupção deste governo, justamente na indústria de compras superfaturadas de medicamentos sem licitações, que perdurou até julho de 2013, durante a gestão do vice-prefeito na secretaria de saúde, o esquema fraudulento proporcionava uma sangria os Fundo Municipal de Saúde na ordem de 100 mil todos os meses.


A Comissão Especial de Inquérito apurou um rombo absurdo neste esquema, que depois de denunciado pelo relator Celso Rezende, a secretaria de saúde passou a realizar licitações para compras de medicamentos por determinação judiciais, e a economia na primeira licitação, em agosto de 2013, superou os 60%, isso mesmo, a licitação apurou um valor menor que a metade do que foi gasto no ano anterior.


Sobre o programa que ele afirma que irá acabar, o Farmácia popular, não é bem assim e vou esclarecer abaixo para todos verem que não é este monstro todo.

Para que todos entendam com clareza do que se trata o corte que está previsto, e não esclarecido na notícia, abaixo temos algumas informações que esclarece que o programa será mantido e que as mudanças e cores que serão colocados em prática não atingirá sequer 20% dos beneficiados.


Ficam mantidos em toda a rede conveniada os tradicionais medicamentos gratuitos – para hipertensão, diabetes e asma – e limitado o fornecimento dos demais aos postos de saúde e às unidades próprias do programa.

Quais programas ficam mantidos? 
O “Farmácia Popular” e o “Saúde Não Tem Preço” 

Qual programa será descontinuado? 
O “Aqui tem Farmácia Popular”, para os medicamentos não relativos a diabetes, asma e hipertensão

Qual a dimensão deste corte? 
Não mais do que 10% dos usuários, pois 90% das pessoas beneficiadas pelo programa utilizam-se de medicamentos para os três casos que estão mantidos (Diabetes, Asma e Hipertensão).

Quanto é o “corte de repasses? 
R$ 574 milhões, 2% do pacote de cortes orçamentários proposto pelo Governo Federal. Não dá 20%, muito menos, dos programas de distribuição de medicamentos do SUS.

O secretário de saúde ao mesmo tempo que propaga o colapso no sistema de saúde, ele anuncia mais um investimento na mesma secretaria, são quase 90 mil reais em equipamentos para o Centro de Especialidades Odontológicas que já chegaram, e outros R$ 225.000,00 que estão por vir, vejam bem senhores, isso tudo em investimentos de um governo que propaga uma crise de repasses.

Obviamente que tais recursos não foram oriundos da secretaria estadual de saúde, senão que o secretário-da-saúde-a-fantasia anunciaria com júbilo.

A contradição em ambas as publicações é explícita, ainda mais ele condenando a negociação política envolvendo o Ministério da Saúde, fruto do jogo chantagista e achacador de Eduardo Cunha, nome forte do PMDB do Estado do Rio de Janeiro, a qual este mesmo secretário indignado é presidente da corrente jovem em Bom Jesus do Itabapoana.