Este sem dúvidas que se
elevou a condição do nome político mais controverso e indecifrável do cenário
eleitoral de Bom Jesus do Itabapoana desde 2005, sua vitória apertada por 51 votos
frente a prefeita em 2008 e com a diplomação e posse decidia pelo TSE em favor da segunda
colocada proporcionou um amplo sentimento de injustiça diante de boa parte da
opinião pública bom-jesuense.
Sua breve passagem pela prefeitura
se alternou em momentos marcantes com outros nem tão dignos de exaltação,
porém, sua estratégia adotada para quitar os seis meses de salários encontrados
por ele o alçou a condição de gestor inovador e eficiente.
Chegou 2012 e seu nome chega
com força com sua filiação ao PR criando assim um fato novo político que agitou
a cidade, porém havia ainda algumas pendências jurídicas a serem sanadas e foi
com o apoio do staff jurídico de Garotinho para derrubar o decreto legislativo
que havia rejeitado as contas do exercício financeiro de 2007.
Nesta empreitada ele obteve
êxito no Tribunal de Justiça com sua candidatura aparentemente assegurada com o
efeito suspenso do decreto proferido pela relatora do caso, que mais adiante
ele logrou êxito na ação em definitivo.
O que não se esperava era um
recurso com pedido de impugnação de candidatura ajuizado pela coligação 15
alegando que Cyrillo estaria inelegível até 31 de dezembro de 2012, fruto da
condenação do processo eleitoral de 2004 sobre a famosa rifa do apartamento que
bancou a campanha de Carlos Garcia e Paulo S. Cyrillo.
Por outro lado, o
entendimento por parte da defesa de Cyrillo era de que a inelegibilidade dele
se encerrava no dia 03 de outubro de 2012, no dia exato da eleição em 2004, e
assim ele foi bancando sua campanha mesmo sendo indeferido em segunda
instância.
Logo na semana seguinte ao
indeferimento o TSE publica uma resolução fixando o entendimento como fim da
inelegibilidade para os cassados de 2004 no dia 31 de dezembro de 2012, e
diante disso, Cyrillo temendo novamente vencer a eleição e perder nos
tribunais, renunciou e lançou Roberto Tatu e Cyrillo filho na chapa, que perderam somente por 108 votos, e muito por conta dos crimes eleitorais cometidos pela prefeita
que resultou em sua cassação em primeira e segunda instância.
Fato curioso é que dois dias
depois da derrota eleitoral, o mesmo TSE havia mudado de entendimento sobre
este caso e publicou nova resolução determinando que o fim da inelegibilidade
dos cassados em 03 de outubro de 2004 passaria a ser no dia 03 de outubro de
2012, ou seja, se fosse publicada esta resolução antes renúncia de Cyrillo, ele poderia
apostar em sua campanha que teria garantido sua vitória nos tribunais, haja visto que a eleição de 2012 foi no dia 07 de outubro, quatro dias depois do fim da inelegibilidade.
E para 2016 o que podemos
esperar deste personagem que tem sido peça central das articulações políticas de Bom Jesus do Itabapoana?
Mesmo que ele não articule absolutamente nada, seu nome sempre aparece como referência preferencial para os insatisfeitos com o atual quadro político/administrativo.
Mesmo que ele não articule absolutamente nada, seu nome sempre aparece como referência preferencial para os insatisfeitos com o atual quadro político/administrativo.
Em 2016 as polêmicas
políticas em torno do nome de Cyrillo terão contornos semelhantes aos que o impediram
em 2008 e 2012, novamente ele se verá submetido ao crivo do poder legislativo na
apreciação e votação das contas de sua gestão em 2007 e 2008, motivado devido a
sua vitória jurídica que anulou o decreto legislativo que havia reprovado suas
contas anteriormente, e agora o TJ devolveu os processos para o Poder
Legislativo novamente apreciar e votar.
E podem acreditar que é
praticamente certo que a câmara reprovará novamente suas contas, haja visto que
o parecer técnico do Tribunal de Contas do Estado reprovou suas contas, e para
piorar sua situação, a composição das comissões permanentes que apreciarão para
exararem seus pareceres são completamente adversas as pretensões de Paulo
Sergio Cyrillo.
A Comissão de Constituição,
Justiça e Redação está sob controle de Celso Rezende na presidência e Ricardo
Aguiar na relatoria, sem dúvidas que Rezende com gosto de sangue na boca conduzirá a
apreciação de acordo com o parecer técnico pela reprovação das contas, e Ricardo Aguiar por uma questão de
coerência irá acompanhar Rezende como em todas as demandas que apreciam juntos.
A Comissão de Orçamento e
Finanças está nas mãos de Carlos Ney e Clério Tadeu, que sem dúvidas atenderão não só o parecer técnico do TCE pela reprovação, como também o desejo da prefeita em ver seu principal
adversário vulnerável a uma ação de impugnação para sangra-lo durante a
campanha.
Com as comissões permanentes
de Constituição, Justiça e Redação e a de Orçamento e Finanças exarando
pareceres pela reprovação das contas de Cyrillo e com o parecer técnico do TCE
também reprovando, sem dúvidas que a plenária da câmara irá votar pela
reprovação, ao passo que ele precisa de oito votos para ter suas contas
aprovadas.
E fiquem certos que esta votação ocorrerá nos próximos dias, e salvo engano, os processos já se encontram em apreciação nas comissões permanentes.
E fiquem certos que esta votação ocorrerá nos próximos dias, e salvo engano, os processos já se encontram em apreciação nas comissões permanentes.
Não será se mantendo distante
dos debates políticos e sociais do município que ele terá qualquer êxito
político em 2016, sua indefinição e dificuldade de tomar posições com firmeza o
fazem a se envolver em situações inusitadas, como um de seus principais
interlocutores políticos atuais ser presidente do partido do presidente da câmara,
notório governista.
A foto que ilustra o topo
desta matéria foi registrada no dia da convenção que celebrou a candidatura de
Paulo Sergio Cyrillo ao governo em 2012, a falta de firmeza e falta de espírito
de liderança levou a inusitada situação de ficar na disputa duas candidaturas a
vice de sua chapa em um balaio de gatos fisiológico de quase 20 partidos, e no final nenhuma das duas foram confirmadas e o balaio naufragado e disperso.
Esta imagem lá no alto do texto retrata
exatamente como Paulo S. Cyrillo não deve se comportar em 2016, para não
cometer os mesmos equívocos de 2008 e 2012.