O processo eleitoral de 2016 já
está em pleno andamento preliminar, a princípio temos muitas incertezas girando
em torno do candidato favorito Paulo Sergio Cyrillo, e uma constatação de que
poderemos viver a quarta eleição seguida que se decide de maneira judicializada.
Se existe um grave problema
político que nos assola e reflete diretamente em toda desordem vivida nos
últimos governos, muito se deve a disputa nos tribunais que se implantou
paralelamente a disputa democrática eleitoral em Bom Jesus do Itabapoana, assim
foi em 2004, 2008 e 2012, e em todas as ocasiões tivemos a presença de Cyrillo
no centro da judicialização.
A princípio o grupo de Cyrillo
entende que o único obstáculo dele em 2016 está no julgamento das contas dele e
de Carlos Garcia referente ao exercício 2006, no entanto ele ainda conta com
pelo menos duas ações por improbidade administrativa na Vara de Fazenda Pública
de nossa comarca, resumindo, ele se apresenta para a disputa de 2016 com a mesma fragilidade
jurídica de outras eleições.
O motivo que me leva a abordar a
condição jurídica de Paulo Sergio Cyrillo nessas eleições, se deve a informação de fonte fidedigna que chegou até a mim sobre o assunto debatido em recente reunião do
grupo governista na residência-pirotécnica.
O tema da reunião obviamente que
se concentrava nas eleições deste ano, primeiro com a prefeita discutindo sobre
quem será o candidato governista (assunto que será abordado em breve), e depois
a conversa foi toda sobre Paulo Sergio Cyrillo, e quando perguntado sobre a
votação na câmara no dia 17 de março, ela foi firme em garantir que ele será
derrotado na plenária.
Um dos participantes da reunião
insistiu com a prefeita na hipótese dos vereadores absolverem Cyrillo, e ela
mesmo garantindo que não há possibilidade dele obter nove votos, ela ainda
tranquilizou seus parceiros-eleitorais de que ela tem pronto um “plano B” no
Rio de Janeiro contra ele.
Qual seria o intrigante “Plano-B-no-Rio-de-Janeiro”
da prefeita?
Não é difícil de entender a
estratégia dela, bastando lembrarmos que mesmo com a câmara aprovando as contas
de Cyrillo no dia 17/03, ele ainda terá seu nome inserido na “Relação de
Inelegíveis” do Tribunal de Contas do Estado por permanecer com suas contas reprovadas na corte de contas do Estado, e isso já basta para enquadra-lo
na Lei da Ficha Limpa.
Assim como o juiz eleitoral fez
com a prefeita em 2012, ela fará com Cyrillo em 2016, e tratando-se do mesmo
juiz eleitoral em 2016, ele por coerência jurídica terá que aplicar em Cyrillo
o mesmo rigor aplicado na prefeita na eleição passada.
Mesmo se o pedido de impugnação
da candidatura de Cyrillo for rejeitado em primeira instância, a prefeita
recorrerá ao colegiado eleitoral no Rio de Janeiro, e lá ela deita e rola com
seu pedido de impugnação, fazendo assim com Cyrillo em 2016 como fez em 2012.
Qual a estratégia sensata a ser
adotada por Cyrillo em 2016?
Em respeito ao povo de Bom Jesus,
o ex-prefeito Paulo Sergio Cyrillo deveria abrir mão de sua candidatura neste
ano, para assim evitar a batalha jurídica que sem dúvidas tomará o espaço do
debate eleitoral e democrático, em vez de se debater as demandas e mazelas do
município, o debate a ser travado será o jurídico, e isso não tenho a menor
dúvida que o eleitorado bom-jesuense está farto de aturar.
Em respeito ao povo de Bom Jesus,
o senhor Cyrillo deveria apoiar o candidato segundo colocado em 2012 de sua
chapa, no caso Roberto Tatu, e na condição de grande líder político alinhavar
um vice-candidato que aglutine não só força eleitoral, mas principalmente
coerência com quem se postará como candidato opositor.
Quanto antes Paulo Sergio Cyrillo
tomar tal decisão, maior será o êxito eleitoral em 2016, pois assim desde cedo
a opinião pública saberá quem irá encabeçar a candidatura de seu grupo, e
Roberto Tatu está completamente livre de qualquer tentativa de impugnação
eleitoral que a prefeita se prepara contra Cyrillo.
O alerta está publicado, espero
que algum correligionário de Cyrillo leve esta publicação até a ele, e o faça
refletir se de fato ele pretende respeitar o povo de Bom Jesus, que ele retire
sua candidatura e assim retire qualquer possibilidade de disputa jurídica nas
eleições de 2016.
Agindo assim, Paulo S. Cyrillo
dará uma inequívoca demonstração de grandeza, e a reboque, permitirá que o
eleitor decida a eleição no voto, evitando que a eleição seja decidida pelos
advogados, pelos “contatos” na capital da prefeita, e nos tribunais.