quinta-feira, 13 de agosto de 2015

Apelação Cível 498-57: Os números inflamáveis e os interesses da prefeita

O laudo pericial da Ação Cível 498-57/2006 nos oferece números escandalosos na farra dos combustíveis que os vereadores de todas as legislaturas desde 2001, os números são gritantes para um escândalo que se desenvolveu silenciosamente por quase uma década em Bom Jesus do Itabapoana, se nosso município crescesse na proporção do aumento de gastos de combustíveis, hoje teríamos mais de 160.000 habitantes.

Em 2001 o gasto mensal de combustível por vereador proporcionava que o mesmo rodasse 3.000 km, em 2003 com a aprovação das famosas resoluções os gastos saltaram para rodarem 9.000 km por mês, chegando em 2010 com o consumo de combustíveis suficientes para circular por 16.000 quilômetros dentro de um mês.
Os procedimentos eram tão bizarros a ponto de não haver sequer a preocupação em colocar na nota de abastecimento uma quantidade condizente com a capacidade dos veículos, e diante dessas evidências o Ministério Público agiu de maneira implacável contra os desperdícios de recursos públicos em nosso poder legislativo.

Prefeita tal qual Pilatos

Diferente do que muitos especulam, a prefeita não está interessada pela absolvição dos seus vereadores envolvidos no processo, mesmo sendo quatro vereadores, ela ao calcular friamente seus interesses teria chegado a conclusão que para ela seria bem mais econômico se livrar de seus quatro pesos-pesados legislativos, para tentar assegura sua base com os novos suplentes que estão na expectativa de assumirem seus mandatos.

Inclusive a prefeita tem cortejado por demais um desses cinco suplentes, dando palanque explicitamente até em inauguração de obras públicas, além de ouros dois suplentes filiados em seu partido, com isso ela teria garantido três vereadores em sua base substituindo os quatro que poderão sair.

O principal motivo que teria levado a prefeita a lavar as mãos no processo de seus vereadores estaria nas contratações de indicados dos vereadores, pois o TCE está fechando o cerco contra as admissões irregulares de um lado e do outro os vereadores pressionando pela manutenção dos indicados.

Coma possibilidade da perda dos mandatos dos quatro vereadores envolvidos no processo, ela ficaria livre para dispensar no mínimo 120 contratados, aliviando a folha e as pressões do Tribunal de Contas, sem contar que a prefeita também se viria aliviada em outras concessões que sempre é obrigada a ceder aos vereadores em suas negociatas políticas.