O
laudo pericial da Ação Cível 498-57/2006 nos oferece números escandalosos na
farra dos combustíveis que os vereadores de todas as legislaturas desde 2001,
os números são gritantes para um escândalo que se desenvolveu silenciosamente por
quase uma década em Bom Jesus do Itabapoana, se nosso município crescesse na
proporção do aumento de gastos de combustíveis, hoje teríamos mais de 160.000
habitantes.
Em
2001 o gasto mensal de combustível por vereador proporcionava que o mesmo
rodasse 3.000 km, em 2003 com a aprovação das famosas resoluções os gastos
saltaram para rodarem 9.000 km por mês, chegando em 2010 com o consumo de
combustíveis suficientes para circular por 16.000 quilômetros dentro de um mês.
Os
procedimentos eram tão bizarros a ponto de não haver sequer a preocupação em
colocar na nota de abastecimento uma quantidade condizente com a capacidade dos
veículos, e diante dessas evidências o Ministério Público agiu de maneira
implacável contra os desperdícios de recursos públicos em nosso poder
legislativo.
Prefeita
tal qual Pilatos
Diferente
do que muitos especulam, a prefeita não está interessada pela absolvição dos
seus vereadores envolvidos no processo, mesmo sendo quatro vereadores, ela ao
calcular friamente seus interesses teria chegado a conclusão que para ela seria
bem mais econômico se livrar de seus quatro pesos-pesados legislativos, para
tentar assegura sua base com os novos suplentes que estão na expectativa de assumirem
seus mandatos.
Inclusive
a prefeita tem cortejado por demais um desses cinco suplentes, dando palanque
explicitamente até em inauguração de obras públicas, além de ouros dois suplentes
filiados em seu partido, com isso ela teria garantido três vereadores em sua
base substituindo os quatro que poderão sair.
O
principal motivo que teria levado a prefeita a lavar as mãos no processo de
seus vereadores estaria nas contratações de indicados dos vereadores, pois o
TCE está fechando o cerco contra as admissões irregulares de um lado e do outro
os vereadores pressionando pela manutenção dos indicados.
Coma
possibilidade da perda dos mandatos dos quatro vereadores envolvidos no
processo, ela ficaria livre para dispensar no mínimo 120 contratados, aliviando
a folha e as pressões do Tribunal de Contas, sem contar que a prefeita também
se viria aliviada em outras concessões que sempre é obrigada a ceder aos
vereadores em suas negociatas políticas.